Os alunos do 3º ano do curso técnico em agropecuária do Ifro campus Colorado, participantes do projeto “Oficina de Textos”, venceram a 6ª edição do Concurso de Redação, promovida pela Defensoria Pública da União, que teve como tema “Entre o céu e o asfalto: onde está a dignidade da população em situação de rua?”.
O concurso, destinado aos alunos do ensino fundamental e médio do Brasil, buscou “fomentar discussões acerca da população em situação de rua”, a fim de “aumentar o nível de conscientização da sociedade acerca das violações dos direitos dessa população e do reconhecimento das pessoas em situação de rua como sujeitos de direitos”.
Para a realização do concurso, a Defensoria Pública da União, contou com a parceria da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da Secretaria da Receita Federal do Brasil, da Secretaria de Educação do Distrito Federal e do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).
Os alunos do Ifro – Eduarda Caroline Machado de Souza, Priscila Hurtado Teodoro e Uender Henrique de Oliveira Canuto – alcançaram o 1º, 2º e 3º lugares, respectivamente, na categoria Redação II, destinada a alunos do 1º ao 3º ano do ensino médio regular.
Em conversa com o professor Moisés José, coordenador do projeto “Oficina de Textos”, que tem o jornal Extra de Rondônia como parceiro desde 2019, publicando semanalmente textos dos alunos, disse estar muito feliz com o resultado e que o êxito dos alunos confirma a tese de que, quando se quer, quando se esforça, o resultado aparece.
“Esses alunos estão de parabéns. Hoje temos aqui a Eduarda, a Priscila e o Uender com textos premiados, mas muitos outros que participam do projeto ‘Oficina de Textos’ avançam a cada dia na escrita de textos. É importante que se diga que não são apenas textos escritos, mas discursos escritos de pessoas muito jovens, mas que já conseguem fazer leituras bastante aprofundadas de assuntos socialmente relevantes. A sociedade precisa que os jovens reflitam, posicionem-se, tragam ideias novas e ajudem a construir uma sociedade justa, em busca do bem comum.”, destacou o professor Moisés José.
A aluna Eduarda revelou ter sabido do concurso por meio da participação no projeto “Oficina de Textos”.
“Me lembro de ter utilizado o material fornecido pelos professores, e ter aprofundado meus conhecimentos sobre o tema em artigos científicos, pesquisas e noticiários. Além de contar com reuniões, para discutir o tema e questionar as minhas percepções, os professores também nos ajudaram oferecendo orientações sobre possíveis aprimoramentos. Ter participado deste concurso ampliou a minha visão em relação ao tema extremamente relevante, principalmente para nós estudantes que estamos desenvolvendo nosso pensamento crítico, ao incentivar o debate, a empatia e a escrita como ferramenta de transformação, contribuindo para o desenvolvimento do aluno como um indivíduo consciente. Eu pude aprender sobre assuntos que levarei para toda a minha vida, e ter recebido esse reconhecimento me encorajou ainda mais a continuar escrevendo e expressando minhas ideias. Recomendo a todos os alunos que participem, pois é uma experiência valiosíssima”, reconheceu a aluna.
“O projeto ‘Oficina de Textos’ foi uma das melhores experiências que eu já tive. É difícil mensurar o quanto eu evoluí não só como redatora ou estudante, mas também como cidadã ao estudar sobre cada problema social proposto nos temas”, declarou a aluna Priscila Hurtado e ainda deixa um recado aos estudantes “invistam na leitura e escrita. Essas duas técnicas podem nos levar a lugares extraordinários. O Ifro, com certeza, junto com o projeto, elevou meu nível como pessoa de maneira extraordinária também. Incrementou até meu currículo, pois me ajudou numa entrevista de emprego e tudo mais. Eu sou extremamente grata aos professores e aos alunos que fizeram esse projeto possível. E eu espero que ele continue por muito mais tempo para outros estudantes descubram o poder de uma redação nota 1000”, expressou a aluna Priscila Hurtado.
Já o aluno Uender Henrique disse que sempre gostou muito de escrever, porém nunca teve a chance de aprimorar a escrita e graças ao projeto, pode aprimorar seu modo de escrever. “Através de pesquisas e com o auxílio dos professores, fui desenvolvendo minha redação. Vale ressaltar a relevância do assunto proposto para sociedade, trazendo para o nosso convívio uma realidade dura e que muitas vezes não lhe é dada a devida importância. Saber como é difícil a vida dos moradores de rua traz para nós um grande ensinamento: dar valor ao que nós temos, mesmo que seja pouco. Fico muito feliz por ter conseguido ficar entre os premiados no concurso e agradeço aos professores que criaram o projeto e incentivaram a participação dos alunos no concurso”, destacou o aluno.
O Projeto sobre o qual falaram os alunos conta com professores de várias áreas do conhecimento: William de sociologia, Marcel de geografia; Glauber e Viviane ambos de educação física; Fabiana engenheira agrônoma; Joacir de gestão ambiental, além dos professores de Língua Portuguesa do campus Moisés e Melissa. Essa gama de profissionais de várias áreas diferentes possibilita discutir os temas dos textos de forma mais aprofundada, o que favorece a aprendizagem e a escrita do aluno.
O professor Glauber Bedini disse que percebe a vivência de participação do projeto “Oficina de Textos” como uma experiência agregadora tanto no sentido de aproximar as diversas áreas do conhecimento, como também de estabelecer um diálogo cada vez mais próximo entre as gerações.
“O que me parece é que estudantes e professores vêm construindo uma percepção cada vez mais clara da importância de nos mantermos próximos, a partir do diálogo, para melhorarmos nossos entendimentos sobre a vida em sociedade e para avançarmos em ideias que ajudem na sua transformação”, finalizou.
Os ganhadores, além de todo o reconhecimento pelo êxito alcançado, receberão como prêmio um videogame Sony Playstation 4, smartphone e tablet.