Depois de recuarem levemente na última semana, os preços do boi gordo abriram a segunda-feira 30, com estabilidade na maioria absoluta das praças pecuárias brasileiras.
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, nas regiões de comercialização de São Paulo, o boi gordo é negociado a R$ 312/@, enquanto a vaca e a novilhas prontas para abater valem R$ 292/@ e R$ 307/@, respectivamente (valores brutos e a prazo).
Animais que atendem ao mercado externo estão sendo negociados com um ágio de até R$ 5/@, ou próximo de R$ 318/@, acrescenta a Scot. “Grande parte das indústrias frigoríficas de São Paulo está aguardando os primeiros movimentos do mercado para se posicionar nas compras”, relata a Scot.
As programações de abate dos frigoríficos que atuam no mercado paulista seguem confortáveis, atendendo, em média, nove dias, diz a consultoria. Segundo a Scot, os agentes do mercado pecuário estão bastante atentos ao comportamento da demanda a partir da virada do mês, período de pagamento dos salários e também marcado pelo feriado do dia 7/9, o que pode contribuir para o maior escoamento interno da carne vermelha, a preferida dos brasileiros.
Na avaliação da Agrifatto, mesmo com as escalas de abate extremamente alongadas em grande parte da região Centro-Sul do País, os recuos recentes na arroba do boi gordo foram mínimos. “Com isso, o equilíbrio entre a oferta e a demanda vai demonstrando que está bem estabelecido com os padrões atuais de abate de bovinos”, observa.
De acordo com a Agrifatto, as ofertas de balcão a R$ 305/@, em São Paulo, são amplamente rechaçadas pelos pecuaristas e, com isso, a tendência para esta semana ainda é de estabilidade ou leve queda nas cotações do boi gordo.
O principal ponto que mantêm os frigoríficos sem grandes preocupações é a demanda interna, que continua a demonstrar fraqueza, destaca a Agrifatto. Na última semana, o preço da carcaça casada bovina fechou mais uma vez com desvalorização, recuando para o menor patamar dos últimos quatro meses.
“Isso destaca a dificuldade dos atacadistas em repassar maiores volumes de proteína bovina aos varejistas a preços mais altos”, informa a Agrifatto, acrescentando que, atualmente, as sobras de estoques são recorrentes.
FUTURO EM QUEDA
O contrato futuro do boi gordo com vencimento em outubro/21 fechou a última semana com desvalorização de 3%, cotado a R$ 313,65/@ ao final do pregão da sexta-feira. Foi o menor patamar registrado dos últimos 53 dias, sendo que a mínima do dia ficou em R$ 313,20/@, compara a Agrifatto.
“Sem grandes novidades que enfraquecessem as cotações no mercado físico, as negociações de boi gordo na bolsa brasileira foram contaminadas pelo pessimismo geral do mercado financeiro durante a última semana”, observa a consultoria.
Enquanto as bolsas norte-americanas recuavam 0,73% (Nasdaq) e 1,11% (Dow Jones), o índice Ibovespa emplacou uma desvalorização de 2,59%, atingindo o menor patamar desde abril/21.
No entanto, na avaliação dos consultores da Agrifatto, ainda há espaço para novas valorizações do boi gordo ao longo do quarto trimestre do ano, frente aos preços atuais negociados na B3.
EXPORTAÇÕES
A segunda quinzena de agosto/21 se iniciou com uma forte redução no volume embarcado de carne bovina in natura brasileira, informa a Agrifatto. Foram exportadas 28,85 mil toneladas exportadas na última semana, uma queda de 34,22% no comparativo semanal.
Porém, ao longo dos primeiros 15 dias úteis de agosto, foram enviadas 130,44 mil toneladas de proteína bovina ao exterior, o que representa uma média diária de 8,69 toneladas, volume 11,81% maior que o resultado obtido no mesmo período de 2020.
O preço médio pago pelo produto atingiu a casa de US$ 5,66 mil/tonelada, com valorização de 2,3% no comparativo com a semana anterior. Com isso, as negociações no período de 15 dias de agosto geraram receita de US$ 738,57 milhões, o que já supera em 12,92% todo o montante adquirido com a atividade em agosto/20, compara a Agrifattto.