Uma propositura apresentada pelo vereador Paulo Henrique (PTB), com anuência de vários parlamentares, que promove alterações no sistema de votação e composição da Mesa Diretora do Poder Legislativo, causou tremenda comoção e foi o assunto mais discutido nos bastidores da política em Cacoal.
A propositura, que conta com apoio de mais oito vereadores, incluindo o atual presidente, tem como alteração principal o período de votação da Mesa Diretora, que pelo regimento atual é estabelecido para dezembro do primeiro ano de Legislatura, ou seja, a mais de um ano do início de sua gestão.
E, com a mudança, passaria a acontecer no mês de dezembro imediatamente anterior ao início de seu mandato, ou seja, em dezembro de 2022 (leia mais AQUI).
O argumento defendido pelo autor do projeto e defensores, entre os quais o advogado Lúcio Lacerda, é que a eleição no período proposto coibiria interferências políticas na escolha, particularmente por parte do prefeito Adailton Fúria (PSD).
Em áudios compartilhados nas redes sociais, o causídico afirma que, fazendo a eleição da Mesa do segundo biênio da legislatura ainda no primeiro ano do mandato, quando os eleitos estão exercendo mandato a pouco tempo, sem o desgaste natural do exercício da função ou mesmo sem terem sido, digamos, testados na prática, pode acabar viciando a escolha, facilitando interferências.
Lacerda vai um pouco mais longe e afirma que Fúria influenciou na eleição da atual composição da Mesa, e que estaria interferindo agora para derrubar o projeto, interessado em que a eleição da próxima Mesa aconteça em dezembro deste ano, época em que ainda conta com boa parte do respaldo popular que o elegeu ao cargo.
Quem questiona o posicionamento atual do prefeito afirma que, no passado, quando ele foi vereador, votou contra o projeto que definiu o atual período eleitoral da Mesa Diretora, e que agora estaria com posicionamento contrário ao que adotou no passado. O Extra de Rondônia teve acesso ao projeto e o internauta poderá ler ao final da matéria.
O projeto de Paulo Henrique precisa de sete votos para ser aprovado, mas conta com nove, somando o do autor. Estão com ele os vereadores Valdomiro Corá (MDB), Edimar Kapiche (PSDB), Lauro Kloch (PSD), Paulinho do Cinema (PSB), Toninho do Jesus (PODE), Zivan Almeida (PSC), Romeu da Farmácia (DEM) e do Presidente da Câmara, João Paulo Pichek (Republicanos),
Para reverter a situação, caso seja este o seu interesse, Adailton Fúria precisaria reverter pelo menos três votos, e, segundo seus opositores, o mandatário municipal estaria investindo nisso tentando trazer para o seu lado o apoio necessário, oferecendo vantagens. “Fúria desesperado e portaria comendo solta. Será que os 9 vereadores que apresentaram o projeto votarão contra o próprio projeto? Alô Toninho, Alô Garçom, Alô Kapiche!!”, disse o advogado em seu conhecido editorial “Lúcio de Pelúcio”.
NÃO TEM CONHECIMENTO DO PROJETO
Ouvido pela reportagem do Extra de Rondônia, o prefeito disse não ter conhecimento do projeto, que é uma “coisa interna lá da Câmara”. Ele falou que foi contra a proposta aprovada na época em que era vereador, em 2013, porque “era uma manobra preparada para eleger Paty Paulista, ex-presidente do Legislativo”, e foi contra este aspecto que votou contrário ao projeto.
Sobre as críticas, Fúria, com bom humor, disse apenas que “quem tem boca, pode falar o que quiser”.
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