Com a ausência de chuvas nas usinas hidrelétricas e com a criação da bandeira de escassez hídrica, o consumidor passará a pagar R$ 14,20 extras a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A bandeira vai valer até 30 de abril de 2022 e acarretará aumento na conta de energia, em média, em 6,79%.
É o que avalia o advogado vilhenense Caetano Neto, que esteve em Brasília (DF) semana passada e, junto à Comissão de Ética Pública do Governo Federal, que tem seu endereço no 4º andar do Palácio do Planalto, apresentou requerimento pedindo providências para dar fim ao que a ANEEL criou instituindo cobrança “extra” de bandeira tarifária na conta de energia.
Para p causídico, no modelo aplicado, o valor cobrado soma-se dentro da conta de energia que agrega aos impostos sendo ao final acarretando um aumento na conta de até 54,5% para o consumidor. “Um absurdo”, reclama Neto.
A bandeira de escassez hídrica substitui a bandeira vermelha, em vigor desde junho e que sofreu reajuste de 54% no mês de julho. Inicialmente, sob o mesmo argumento, veio a bandeira vermelha com acréscimo de R$ 6,24 para cada 100 kWh. Com o reajuste, esse valor subiu para R$ 9,49 em julho e com a bandeira de escassez hídrica gerou outro patamar, passando a cobrar o valor de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.
A ANEEL criou o sistema de bandeiras tarifárias em 2015, e refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica e é dividida em níveis.
Caetano pede que o governo Bolsonaro crie sistemática diferenciada da criada pelo governo anterior e que quando necessário superar crises de energia, seja o consumidor protegido e não como no modelo atual, é o pagador da incompetência e da falta de planejamento e de ações governamentais.
Quando aplicado a bandeira vermelha, indica que está mais caro gerar energia naquele período e tem divisão em dois patamares. No primeiro patamar, o valor adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo, na razão de R$ 3,976 por 100 kWh; o patamar segundo aplica a razão de R$ 9,498 por 100 kWh.
“Com as bandeiras tarifárias, os governos federal e estadual, no caso de manter o mesmo índice na cobrança de impostos, passam a arrecadar mais com as bandeiras tarifárias acrescendo custo final para o consumidor elevando sua conta de energia ao patamar de valor estratosférico, impagável”, explica o advogado.
“Os governos se valem das bandeiras para arrecadar mais, fazendo uso de ‘malandragem’ oficial no momento em que, ao inventar a chamada ‘bandeira’ criada pela ANEEL e, acionando as termelétricas, os impostos já cobrados sobre o óleo que atendem essas usinas, são novamente cobrados o mesmo imposto ao entregar a energia para as distribuidoras que repassam aos consumidores, cometendo bitributação, concluiu.