O patriotismo, no Brasil, é frequentemente confundido com o nacionalismo. Vez ou outra, algum dos dois é demonizado por aspectos particulares de cada um, mostrando, aqui, a necessidade de se compreender as suas definições, em que ora são aparentemente, ora são velados, podendo ambos serem usados com fins nocivos.
Nacionalismo e patriotismo são sentimentos de pertencimento, sendo, segundo Pinzani (2002), o primeiro baseado no pertencimento à uma comunidade, que é vinculada à nação, mas se fixa em outros aspectos, sendo pouco flexível, porém muito importante em momentos em que essa comunidade e sua perenidade se encontram ameaçadas. Já o patriotismo é baseado no pertencimento à uma comunidade política, que, normalmente, afirma-se em uma constituição (ou na ideia dela), sendo muito mais flexível que o nacionalismo, podendo a “base” dessa comunidade ser modificada sem o risco de rompimento do vínculo.
O nacionalismo se torna nocivo e antagônico ao patriotismo a partir do momento em que causa divergências entre duas ou mais comunidades dentro de uma mesma comunidade política (GUIMARÃES, 2008), a exemplo do que ocorreu entre os nazistas e vários outros grupos dentro e fora da Alemanha nas décadas de 30 e 40. Porém, para Guimarães (2008), a inexistência de um nacionalismo mínimo em uma nação pode vir a causar a ruptura do patriotismo devido ao desgaste da ideia de união dessa comunidade política, como, por exemplo, o que se vê no Brasil em frases populares como “A lei está aí para ser quebrada”.
Fica, dessa maneira, entendido que, para que o patriotismo no Brasil possa existir, deve haver o controle natural do nacionalismo. Este controle natural apenas acontecerá caso seja implantado, pelo Governo Federal, no currículo das escolas de ensino primário o ensino da ética social. E, junto a isso, a criação, pelas escolas de ensino médio, de grupos de estudos aprofundados sobre estes conceitos sociais tão importantes.
San Hartwig Gomes, aluno do 3º ano do Ifro campus Colorado do Oeste