O clima esquentou na sessão ordinária realizada na manhã desta terça-feira, 5, na Câmara de Vilhena, tendo como ponto principal do encontro a troca de ofensas entre dois parlamentares.
Dhonatan Pagani (PSDB) e Samir AlI (Podemos) se desentenderam após o vereador tucano, mais uma vez, levar à Casa de Leis as denúncias de possível corrupção na gestão do prefeito Eduardo Japonês (PV), mais especificamente na Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri), hoje comandada por Marcelo “Boca”.
As denúncias já haviam sido divulgadas por Pagani na manhã desta segunda-feira, 4, durante reunião na Sala das Comissões com a participação de vereadores, integrantes da Semagri e o próprio “Boca”, ao revelar indícios de corrupção no abastecimento de combustível, peças e serviços na Semagri (leia mais AQUI).
Na oportunidade, num momento das explicações feitas por Pagani, o vereador Samir Ali deixou a reunião alegando que o tucano deveria ter estudado mais o caso antes de reunir as autoridades. A reportagem do Extra de Rondônia acompanhou as discussões.
Agora, o embate se estendeu à sessão ordinária, quando Pagani usou a tribuna da Casa de Leis para reafirmar as denúncias. “Há falta de gerenciamento na gestão da Semagri e vamos desvendar os mistérios e abrir a caixa preta. Os gestores da Semagri não têm conhecimento dos serviços prestados em 2020, não sabem quantos sabem quantos horas/máquinas utilizaram, não sabem nada. E os defensores do prefeito aparecem para desqualificar a denúncia”, disse o tucano.
Samir ali não gostou das declarações e, ao usar a tribuna do Legislativo, disse que o Pagani mandou uma indireta pra ele. “Fui citado indiretamente e gostaria de dizer a Pagani que seja homem para citar nomes, que fale olho no olho. Há tempos vem acontecendo problemas na Semagri que até eu mesmo denunciei e estaremos prontos para investigar qualquer irregularidade, mas o que está acontecendo são picuinhas”, desabafou Samir. No mesmo momento, Pagani respondeu: “O que você chama de picuinhas, eu chamo de fiscalização. Mas que bom que caiu a carapuça. O que mudou esse tempo, vereador? Faça uma análise direito antes de você falar baboseiras”. O presidente da Casa, Ronildo Macedo (PV), teve que intervir e determinou o corte dos microfones para que os insultos não se estendam.
Contudo, ao novamente ocupar a tribuna, Pagani continuou seu raciocínio e afirmou que desde que entrou na Câmara não mudou seu posicionamento. “Minha campanha foi feita de um jeito. Não negocio meu posicionamento. Eu sou homem”. Mais uma vez, Samir solicitou e usou a tribuna para esclarecimentos. “Meu posicionamento não foi direcionado a seu papel fiscalizador. A atitude de direcionar algo para alguém sem citar o nome não é uma atitude de homem. A questão de negociatas e cargos, digo que minha noiva é professora e faz hora extra e eu jamais interferi para que ganhasse um cargo comissionado qualquer que seja. Ao contrário de você que, no primeiro mês de mandato seu, nomeou sua irmã de criação na Câmara e depois teve que exonerar. Então, não venha querer pagar de moralista para cima de mim. Suas denúncias têm o único objetivo de se promover”, desabafou.
“CPI DO CIRCO”
Ainda na sessão, o vereador Pedrinho Sanches (Avante) lamentou e, ao analisar a “briga” dos colegas, disse que a situação é parecida com o que chamou de “CPI do Circo”, numa referência à CPI que ocorre no Senado Federal. “O Brasil fazendo vexame em nível mundial. Não podemos entrar na agressão pessoal e sim analisar o caso no campo das ideias”, observou.
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