Mais uma vez através de liberação judicial, a comunidade vilhenense está recebendo benfeitorias do projeto de ressocialização do Presidio Cone Sul, que leva detentos do regime fechado a prestarem serviços em prol de redução de pena.
O projeto, que está sendo implantado pela primeira vez no município e é muito bem aceito pelos próprios presos, que disputam vagas para realizarem os trabalhos, é uma criação dos policiais penais da unidade e que só foi possível através de liberação do juiz corregedor da Vara de Execuções Penais de Vilhena, Adriano Lima Toldo.
Assim como o Posto Fiscal, localizado na BR-364, saída para Comodoro foi beneficiado no mês de agosto com o trabalho dos presos, que fizeram em 20 dias uma recuperação da estrutura, que se constasse somente com o efetivo do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), levaria 6 meses, agora está sendo a vez da escola municipal Felipe Rocha, receber as benfeitorias do projeto, através da limpeza do pátio e arredores, pintura da área de lazer das crianças e construção da réplica de uma pista para aulas práticas de educação no trânsito.
Quando soube do projeto, a diretora Patrícia Valéria Ferreira da Silva não perdeu tempo e solicitou judicialmente a liberação da ação dos presos na escola para a realização de tais trabalhos, pois está ciente que pelo fato do município possuir muitas instituições que precisam dos serviços da equipe da prefeitura, as benfeitorias almejadas poderiam demorar.
Para o Extra de Rondônia, Patrícia, que está a frente da direção da escola Felipe Rocha desde 2018, relatou que todos ganham com o projeto de ressocialização dos presos, pois a sociedade pode passar a ver as pessoas que estão pagando por suas infrações penais de uma forma mais humanizada e de contra partida, os cidadãos em conflito com a lei, recebem o benefício do restabelecimento da confiança, uma vez que estejam de fato dispostos a retomarem suas vidas de forma digna, que é um direito de todos.
“Com esse projeto todos ganham muito, pois somos nós que pagamos a estadia e alimentação dos presos mesmo quando estão ociosos nas celas, mas uma vez que isso volta pra sociedade através do trabalho que estão desempenhando, a população ganha em benfeitorias e eles ganham valorização pessoal e recuperação da dignidade”, afirmou Patrícia.
Dificuldades
De acordo com o policial penal Silvano Alves Pessoa, responsável pela monitoração dos trabalhadores e que juntamente com os demais servidores idealizadores do projeto, deseja expandir a ação ainda mais, há dificuldades que ainda precisam ser vencidas, como adquirir material de trabalho, pois algumas ferramentas são construídas pelos próprios presos e outras das quais dispõe, já estão muito danificadas.
“Estamos muito felizes com o apoio do judiciário em permitir a realização do projeto, pois podemos ver no dia a dia como isso tem feito diferença na vida dos presos, que tem mudado suas posturas para serem ingressados nele, onde a cada três dias trabalhados, ganham um a menos no cárcere, porém, ainda precisamos muito de parcerias, pois nossa ferramentas não são de qualidade”, firmou Silvano.
Com o prazo judicial de sete dias para terminarem a limpeza da escola e construção da pista, os presos se esforçam com rastelos artesanais e enxadas quebradas, mas não desanimam e trabalham sorrindo.
Em resposta ao questionamento da reportagem do site, se não desanimava em carpir com metade de uma enxada, um dos apenados gargalhou e disse; “desanimo nada”.
Quem tiver interesse em abraçar o projeto e doar ferramentas ou material para os próprios presos confeccioná-las, é só entrar e contato com o policial penal Silvano através do telefone 69 9358-3506 ou com a diretoria da unidade prisional, localizada ás margens da BR-364, saída para Cuiabá. Toda doação é muito bem-vinda.