Um episódio, até certo ponto, contraditório, aconteceu durante a sessão ordinária realizada na manhã desta quinta-feira, 4, na Câmara de Vilhena.
Durante o discurso da vereadora Vivian Repessold (PP), que justificava requerimento que iria ser votado na sessão exigindo do prefeito Eduardo Japonês (PV) informações relativas à aplicação de R$ 850 mil destinado pela deputada estadual Rosangela Donadon (PTB) para Vilhena, o presidente do Legislativo, Ronildo Macedo (PV), proibiu a manifestação da plateia.
A dona-de-casa Juscileide Costa Medrado, que estava sentada numa das cadeiras destinadas ao público, resolveu bater palmas em apoio ao discurso da parlamentar (leia mais AQUI).
Nesse momento, Macedo usou o microfone para proibir a manifestação. “Questão de ordem. Vocês não podem aplaudir na hora em que o vereador está falando”, disse. A dona-de-casa continuou e Macedo alertou: “Por favor, a senhora se contenha. Aqui é uma Casa de Leis e respeite. É a Casa do Povo mas não é o momento da senhora reivindicar e aplaudir questões políticas aqui. Ou a senhora vai se conter, ou tomarei providências. Não vou aceitar protestos políticos”.
Depois, ao usar a tribuna da Casa, Macedo comentou o episódio. “Quando as pessoas vim bater palmas, têm que pensar bem. Colocar pessoas aqui dentro do plenário para bater palmas para quem a gente sabe do passado. Vou tomar providências porque nosso plenário não é Casa da Mãe Joana”, desabafou.
Depois, o vereador Dhonatan Pagani (PSDB) usou a tribuna do Legislativo para confrontar Macedo e lembrou que, na sessão ordinária passada, vários empresários estiveram na plateia e se manifestaram em apoio ao projeto milionário de enfeite natalino.
“Este microfone ecoa. O que é dito aqui, está gravado. Não posso me indignar com uma coisa hoje e praticá-la amanhã. Posso errar, mas preciso reconhecer. Preciso fazer essa pontuação na questão de aplausos. Quando foi analisado o projeto de R$ 1,3 milhão para decoração de natal, foi chuva de aplausos aqui a favor de quem votou a favor do projeto. E não vi repúdio. Então, precisamos agir com coerência, quando é pra nós e para o outro”, observou.
Na própria página da Câmara de Vereadores, que transmite a sessão via Facebook, Juscileide se manifestou a respeito do caso. “Tenho o direito de manifestação e foi me tirado pelo presidente. Procurei e não vi nenhuma lei que me tire o direito de me manifestar. A Câmara é o lugar do povo cobrar. Quero que o presidente responda: onde está a lei que me proíba de ser favorável ou contra de qualquer coisa dita aí na Câmara? Não podemos dizer ‘Amém’ ao senhor presidente. Irei cobrar sim e falar o que está acontecendo”, afirmou.