O processo referente à operação Detalhes, que ocorreu em 2015, finalmente teve o seu fim em primeira instância, com a condenação de diversos atores da política e serviço público em Cacoal, em sentença proferida pelo Juiz Titular da 1ª Vara Criminal de Cacoal, Dr Rogério Montai de Lima.
Ao todo, o processo tem 138 laudas, onde estão documentados os delitos de cada um dos envolvidos na operação. Alguns foram absolvidos, outros pegaram penas mais leves, mas também teve algumas condenações mais severas daqueles que, de acordo com os fatos apurados, tiveram maior participação em todo o imbróglio que envolveu mais de uma dezena de pessoas.
Ao todo, 18 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público. Poliana Aparecida Ribeiro, Conrado Araúdo e Clésia Cristina Araújo conseguiram a absolvição por parte da Justiça. Os acusados Valdeir Teixeira, Adriano Tumeleiro e Ronaldo Pereira Silva tiveram a punibilidade extinta.
A ex-chefe de gabinete do então prefeito Francesco Vialetto teve uma das condenações mais severas, pegando 24 anos, 11 meses e oito dias de reclusão, inicialmente em regime fechado. O magistrado considerou que a ré Maria Ivani ofendeu os interesses da administração pública e, por consequência de seus atos, inúmeras pessoas foram prejudicadas, especialmente as que dependem do poder público no dia a dia.
Quem também foi condenado por, segundo o processo, ter participação nos crimes praticados por políticos, servidores públicos e empresários, está o ex-vereador Emílio Mancuso de Almeida, popular Paty Paulista, filho do também ex-vereador e ex-deputado estadual, Emílio Paulista (in memorian). Paty recebeu a pena de 23 anos, 10 meses e 15 dias, com regime inicialmente fechado. O crime praticado por ele, segundo a sentença proferida, é especialmente reprovável por ele estar na condição de Presidente do Câmara, cargo de sobrelevada exposição e relevância, muito além de qualquer outro servidor.
Também sofreu condenação de mais de 10 anos o então procurador do município, José Carlos Rodrigues dos Reis. De acordo com a sentença, “o fato do acusado ser procurador do Município exigia o cumprimento irrestrito às leis e não (deveria) utilizar seu cargo para obter vantagem indevida”. Ele também terá de cumprir pena inicialmente em regime fechado, embora, a exemplo dos demais, poderá recorrer em liberdade.
Além desses denunciados condenados com penas acima de 10 anos, outras pessoas foram condenadas, mas com penas mais brandas. Destes, Gilberto Muniz Pereira, recebeu pouco mais de 07 anos de prisão, mas em regime semi-aberto. O advogado Vagner Pena, da PGM da Prefeitura de Cacoal (servidor de carreira), também pegou 07 anos de prisão, igualmente em regime semi-aberto. Já Richardson Palácios foi condenado a quatro anos de prisão, igualmente em regime semi-aberto. Os outros condenados foi o ex-servidor Demilson Martins, também a quatro anos em regime semi-aberto.
O empresário do ramo imobiliário Marcos Henrique Stecca teve uma condenação bem amena, de apenas 08 meses de reclusão, em regime aberto;. O vereador Valdomiro Corá (MDB) foi o único político com mandato na atualidade a estar no rol dos condenados, tendo recebido 02 anos e 11 meses de reclusão em regime aberto. O ex-secretário de saúde de Cacoal, Márcio Welder, recebeu a condenação de 03 anos e 07 meses de reclusão em regime aberto.
Todos os condenados em regime aberto tiveram as penas privativas de liberdades por restritiva de direitos. Nenhum dos condenados irá à prisão imediatamente, já que poderão recorrer em liberdade.
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