A administração aduaneira da China anunciou nesta quarta-feira, 15, que permitirá que as importações de produtos de carne bovina do Brasil sejam retomadas, em importante medida do maior importador do produto brasileiro.
O Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, suspendeu os embarques para seu principal cliente, a China, após confirmar dois casos atípicos de “mal da vaca louca” no início de setembro.
Casos atípicos significam que os animais desenvolveram a doença de maneira espontânea, não estando relacionada à ingestão de alimentos contaminados, e que não há transmissão da doença entre os animais, não implicando riscos para a saúde humana.
Pequim informou que retomou as importações de produtos brasileiros de carne bovina desossada de animais com menos de 30 meses, de acordo com documento publicado no site da Administração Geral das Alfândegas.
O Ministério da Agricultura do Brasil confirmou a suspensão do embargo.
“Com isso, a certificação e o embarque da proteína animal para a China serão normalizados e podem ser retomados a partir de hoje”, disse o ministério.
A pasta observou que em novembro o governo chinês já havia liberado lotes de carne bovina brasileira que haviam sido embarcados com certificado sanitário concedido até 3 de setembro, antes do embargo.
“Realmente é uma boa notícia já esperada por nós há algum tempo, já tínhamos passado todas as informações técnicas e aguardávamos a confirmação”, afirmou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em entrevista à rádio Jovem Pan.
A ministra minimizou os prejuízos, dizendo que nas primeiras semanas a arroba bovina no Brasil caiu como efeito do embargo, mas depois reagiu, com a Rússia abrindo novas unidades para o mercado brasileiro.
Ela lembrou que o Brasil teve alguns problemas para o desembarque na China de carne com certificação sanitária emitida antes do embargo, mas destacou que está “tudo normalizado”.
A proibição de exportação de carne bovina brasileira causou preocupação generalizada na comunidade comercial, já que a China obtém cerca de 40% de todas as suas importações de carne bovina no Brasil.