O plantio da safra de soja 2021/22 na Bahia se beneficiou do adiantamento das chuvas e aconteceu em tempo recorde a partir de outubro.
Porém, essas precipitações não cessaram e atingiram excesso de chuvas em dezembro, trazendo grandes impactos no estado.
Segundo o presidente da Aprosoja BA, Leandro Kohn, há registros de alagamentos em lavouras e muitas plantas morrendo com o excesso de umidade. Além da umidade e da falta de luminosidade, os produtores não conseguem realizar as aplicações em campo e novos problemas ainda podem aparecer.
“Ainda é muito precoce para se falar em perdas, até porque ainda é possível replantar essas áreas, apesar de a janela de cultivo estar se fechando. Na segunda-feira, 13 foi a primeira vez que amanheceu sem chuvas e, como não deve chover nos próximos três dias, os produtores vão ter este tempo para avaliar suas áreas”, pontua a liderança.
Como as previsões de clima seguem indicando muita chuva ao longo de dezembro, a liderança recomenda cautela e atenção neste momento. Outro momento de excesso de precipitações apontado pelas previsões será o mês de fevereiro, quando a colheita deve ser prejudicada pela umidade.
“A colheita das áreas irrigadas começa já na primeira quinzena de fevereiro e a do sequeiro na segunda quinzena do mês. Os trabalhos vão começar mais cedo do que o habitual devido ao adiantamento de plantio, mas essa condição de chuva pode prejudicar muito. No ano passado tivemos entre 500 e 600 mm acumuladas em fevereiro, mas como a colheita foi mais tardia não houve grande problema”, explica o presidente.
Kohn ainda ressalta mais um ponto em que a luz vermelha de atenção está ligada no estado, a entrega de insumos para a segunda safra de milho, nas áreas irrigadas. Ele conta que os insumos necessários para a safra verão, de maneira geral, chegaram todos, restando apenas atrasos pontuais, mas que muita coisa para as lavouras que serão semeadas em março estão em falta e isso preocupa muito.