Saindo de média de 7 dias que registrava 27 atendimentos por dia, o Ambulatório Covid-19 marcou nesta segunda-feira, 21 de dezembro, a segunda maior quantidade de pacientes atendidos desde 26 de janeiro: um total de 172 pessoas com sintomas gripais.
A elevação de cinco vezes na demanda do espaço, porém, não é acompanhada de aumento no número de casos confirmados de covid-19, que desde o início de dezembro saiu de média de apenas 12 casos novos por dia para 7 casos atualmente, uma redução de 42%.
“Estamos atentos aos dados e percebemos que esses números aparentemente contraditórios podem revelar que o surto de H3N2 que ataca vários estados brasileiros, inclusive outros municípios de Rondônia, pode ter chegado aqui em Vilhena. Como os sintomas iniciais são os mesmos da covid-19, é difícil discernir apenas pela consulta qual a doença do paciente. A proteção contra essa doença é a mesma da covid-19: usar máscara corretamente, manter distanciamento, higienização e evitar aglomerações”, explica o secretário municipal de Saúde, Wagner Borges.
Dados do Hospital Regional de Vilhena, responsável pelo Ambulatório, mostram que a última semana registrou o maior número de atendimentos desde a semana de 7 de junho (gráfico 1). Além disso, nesta segunda-feira 172 pessoas foram atendidas na unidade, o segundo maior número desde 26 de janeiro, perdendo apenas para um pico de 173 em 31 de maio (gráfico 2).
A elevação dos pacientes com sintomas gripais, porém, não é acompanhada por aumento no número de testes positivos para covid-19, que, na verdade, estão em redução de mais de 40% (gráfico 3).
VACINA PARA GRIPE – Durante a campanha de vacinação contra gripe que a Prefeitura de Vilhena fez neste ano, de março a outubro, todas as cerca de 23 mil doses recebidas do Governo Federal foram aplicadas. No entanto, a vacina contra a gripe disponível atualmente no Brasil protege contra alguns tipos de vírus: Influenza B (linhagem Washington) e dois subtipos de Influenza A (H1N1 linhagem Victoria e H3N2 linhagem Hong Kong).
A Secretaria Municipal de Saúde alerta que até o momento não há vacina para a linhagem Darwin da H3N2, o que explica seu espalhamento rápido por todo o país. A gripe é uma doença com índice de letalidade entre 0,1% a 0,2%, cerca de dez vezes menos que a covid-19.
A vacina contra a nova variante H3N2 deve estar pronta para aplicação na população geral em fevereiro ou março de 2022. A informação foi divulgada pelo Instituto Butantan, que está trabalhando atualmente na produção do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), com previsão de iniciar o envase das vacinas em janeiro.
SINTOMAS GRAVES – Entre os sintomas elencados pelos especialistas estão febre alta (39°C ou mais), falta de apetite, indisposição geral, tosse, inflamação na garganta, mialgia (dor no corpo) intensa e, em alguns casos, diarreia e vômitos, podendo evoluir para síndrome respiratória aguda grave e consequente óbito.
Os efeitos desta nova cepa da Influenza A está provocando sintomas mais severos nas pessoas infectadas do que as demais linhagens. Idosos, crianças e pessoas com comorbidades são os que têm maior risco de vir a óbito.