Foto: Ilustrativa

A palavra “empatia” se tornou quase que um mantra para a sociedade. No entanto, quanto mais uma palavra é repetida, mais ela perde o seu significado, e é o que tem acometido a sociedade atual.

Hoje, vivemos num estigma de empatia seletiva. Quem é digno das nossas condolências? Quais pessoas merecem a nossa compreensão? Aqueles que vivem à margem da sociedade devem ficar relegados? São responsáveis pelos caminhos que traçaram e, portanto, não merecem as nossas afeições?

Alteridade x Empatia

São conceitos que carregam uma etimologia diferente. A alteridade é compreendida pela antropologia como a possibilidade de assumir a existência de um ponto de vista distinto daquilo que nos é comum. É se vestir por inteiro da experiência do outro.

A empatia, por sua vez, apela para as sensações, mas não para a vivência. Por isso, o indivíduo empático tende a ser egóico, uma vez que imputa às suas próprias experiências para entender o outro.

Estabelecer alteridade por alguém é o mesmo que se desnudar do próprio “eu” e vestir a perspectiva do outro, sem influência de agentes externos que implicam e subjugam de forma errônea e parcial.

Portanto, para ter uma conexão de alteridade, devemos estar dispostos a nos despir dos nossos próprios moralismos e desinflar os conceitos que achamos que conhecemos.

Como a sociedade enxerga os viciados em geral?

O primeiro passo para reger a alteridade é se desvincular dos velhos padrões. Os viciados são vistos como indignos da nossa compaixão, pois “escolheram” essa vida. A família, por vezes, considera um labéu ter inclinado para esse lado.

Não é preciso corroborar com esse estilo de vida, mas há uma linha muito tênue em discordar e ser altivo. Quando cerceamos o ego e damos evasão aos velhos panoramas, compreendemos que não deve ser assim. Drogas novas como MD droga e ayahuasca, por exemplo, estão sendo incutidas como um estratagema.

Para tal, as afirmações que circulam a respeito delas é que servem para proporcionar uma condição enteógena, de alterar o estado do “eu”. Mas, na verdade, de acordo com o INCA, elas causam grandes malefícios à saúde, como o câncer.

Alteridade e empatia em unidades de viciados gerais

As clínicas de reabilitação praticam a alteridade, uma vez que é um passo essencial para que o dependente se recupere. Sendo assim, tem noções que uma pessoa comum não teria. Em virtude disso, aplica diferentes formas para reestruturar aquele que precisa.

A alteridade pode ser vista como uma postura ética. Afinal de contas, os profissionais devem se esvaziar dos seus próprios conceitos, moral, estigma e nódoa, a fim de entender e oferecer as melhores soluções para os pacientes.

No entanto, assim como o profissional deve entender o outro, a recíproca deve ser verdadeira. Não é à toa que um dos métodos é o TRE, que é uma terapia racional emotiva. Nela, há uma introspecção a respeito da situação atual.

Ou seja, é uma tentativa de trazer a epifania ao doente, onde, através disso, ele consiga se libertar do velho “eu” e se conectar com a sua essência.

sicoob

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