A população do Estado de Rondônia pode auxiliar no encaminhamento de familiares ou conhecidos às unidades de saúde mais próximas, a fim de prosseguir o tratamento em casos de hanseníase, é o que recomenda a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa).
“Mesmo na pandemia, não podemos esquecer que esta é uma doença de grande potencial, e quem trata, cura”, alertou, repetindo o lema ministerial, a coordenadora estadual do Programa de Hanseníase, Albanete Mendonça.
Ações pontuais nesse sentido acontecem “de janeiro a janeiro”. Este mês, por exemplo, no dia 14, houve capacitação virtual de técnicos do programa, em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A Agevisa tirou dúvidas e lembrou a todos a existência do projeto de reabilitação socioeconômica (Art’s BioHans). Ainda este mês serão realizadas lives e podcasts ressaltando os autocuidados.
A Semana de Capacitação e Mutirão será feita assim que o Ministério da Saúde definir nova data.
Indicadores epidemiológicos expressam a magnitude da doença no Estado. Se a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o ministério preconizam o seu controle quando ocorrem dez ou menos casos em 100 mil habitantes, em 2020 Rondônia diagnosticou 351 novos casos, apresentando o coeficiente de detecção de 19,5/100 mil, o que lhe classifica em alto risco.
Outro indicador importante, conforme lembra a coordenadora, é a detecção da doença em crianças menores de 15 anos:
“Em 2020 tivemos 3,15 casos/100 mil habitantes, quando nessa faixa, o aceitável é 2,50 a 4,99/100 mil”, disse a coordenadora.
Mas Albanete transmite a mensagem do Ministério e do diretor geral da Agevisa, Gilvander Gregório de Lima: “Quem está em tratamento, não transmite a doença”.
No último domingo de janeiro, 30, a Agevisa celebrará o Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase, que foi instituído em 1954 por sugestão do jornalista francês Raoul Follereau.
No Brasil, a data foi instituída pela Lei nº 12.135/2009, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade e das autoridades de saúde, a respeito da importância da prevenção e do tratamento adequado da doença.
ELIMINAR A INFECÇÃO
Em 2020 Rondônia ocupou o quarto lugar no coeficiente de detecção de hanseníase; em primeiro esteve Mato Grosso, em segundo Tocantins, em terceiro Maranhão, e em quinto, Pará.
Em síntese, Albanete explica o enfrentamento a essa doença: “Ele se baseia na busca ativa de casos novos para o diagnóstico precoce, tratamento oportuno, prevenção das incapacidades e investigação dos contatos”. É isso que não pode parar de ser feito, ela destaca. “Esse conjunto de ações elimina fontes de infecção e interrompe a cadeia de transmissão da hanseníase”, encerrou.