Frigorífico fica a pouco mais de mil metros do centro da cidade / Foto: Divulgação

As denúncias de mau cheiro tem sido recorrentes desde a instalação do frigorífico JBS e o caso pode ir parar no Ministério Público, em Vilhena.

Abatendo em média 2 mil cabeças de bovinos diariamente e sediado há pouco mais de mil metros da área urbana da cidade, a unidade volta a ser palco de mais insatisfação popular.

Diversas pessoas vem se manifestando nas redes sociais sobre a origem de um mau cheiro que incomoda durante o dia e também à noite, especialmente pela madrugada. Os moradores diretamente afetados pelo mau cheiro, são, “coincidentemente”, do setor chacareiro Vilhena, localizado a menos de 500 metros do frigorífico.

São mais de 100 famílias, só daquele setor, convivendo diariamente com o mau odor, que, segundo eles, vem das lagoas de contenção, instaladas nos fundos da unidade para “tratar” os dejetos processados após o abate dos animais na linha de produção.

Um morador, que não quis ser identificado, disse ao Extra de Rondônia que existem filtros entre uma lagoa e outra para diminuir o volume dos dejetos, que são também retirados por máquinas, para que no fim do processo, a última lagoa contenha apenas “água limpa” que possa ser despejada no rio Pires de Sá, que passa ao lado da unidade de tratamento.

O problema, segundo o morador, é que esses filtros só estariam sendo trocados “quando a população reclama do mau cheiro”. Por serem caros, o custo de troca onera o processo final de decantação, disse.

Diariamente, no período da tarde, uma fumaça escura é liberada por uma chaminé alta, bem no centro do frigorífico, e espalhada por toda a cidade. Há informações não confirmadas de que a água contida na última lagoa de contenção é liberada no rio, pela madrugada.

A JBS vem recebendo duras multas em diversas unidades do país, pelo descumprimento de normas ambientais e, principalmente, trabalhistas.

Em Vilhena, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA) declarou em 2019 que a culpa pelo mau cheiro era do frigorífico e que o problema se arrastava há dez anos e que a responsabilidade pela fiscalização era da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEDAM).

JUSTIÇA CONDENA FRIGORÍFICO

Em Ji Paraná, a justiça sentenciou, em setembro de 2021, um frigorífico a indenizar um cidadão que alegou prejuízos morais pelo mau odor e também por perturbação do sossego.

A decisão foi confirmada em segunda instância pelo relator, desembargador Isaías Fonseca, que, em seu voto, sustentou que “a prova colhida, não deixa dúvida acerca do sofrimento, incômodo e até mesmo do risco à saúde do demandante, em virtude da poluição ambiental e cheiro forte dela decorrente, que invadia o imóvel onde residia o autor, causando-lhe transtornos que transcendem os aborrecimentos naturais do cotidiano, estes plenamente suportáveis”. A alegação de que outras empresas estariam provocando os maus odores também não foi aceita pelo desembargador.

Na sentença, o relator destacou também, que “ainda que o apelante tenha tomado providências para minimizar os odores, isso não significa que conseguiu eliminá-los a ponto de não gerar mais incômodos aos que residem naquela área”.

sicoob

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