Analista de Safra da EarthDaily Agro destaca que, mesmo com chuvas no começo de fevereiro, Paraná e Mato Grosso do Sul já estão novamente com umidade de solo abaixo da média e desenvolvimento da segunda safra de milho pode ser prejudicado.
Já Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais devem ter boas condições para a safrinha
Com perspectiva da safra de soja de 125,35 milhões de toneladas, a EarthDaily Agro, empresa que monitora áreas agrícolas a partir de análises de imagens de satélite, avalia um novo ajuste negativo em seus números diante do avanço da colheita. O modelo americano (GFS) indica chuvas abaixo da média na maior parte da região Sul do País – que serão insuficientes para provocar uma mudança significativa nas lavouras de soja.
No Paraná, os índices de vegetação apresentaram melhora nos últimos dias, porém seguem abaixo da média, como ocorreu durante todo o ciclo, e continuam inferiores aos de 2012 – um dos piores anos para a produção agrícola no Estado. O aumento da umidade do solo nos últimos dias favoreceu as lavouras, mas foi tardio para reverter as perdas. Para os próximos dias há cenários opostos: o modelo europeu (ECMWF) sugere a volta da seca; no entanto, o modelo americano (GFS) aponta para boas chuvas. Os eventos climáticos dos próximos dias serão importantes para o início do ciclo do milho safrinha.
Há perspectivas de dificuldades no início do ciclo do milho segunda safra no Mato Grosso do Sul e São Paulo, com registro de seca. Conforme o analista de safra Felippe Reis, da EarthDaily Agro, o modelo europeu (ECMWF) aponta boas chuvas somente no Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, o que será positivo para manter a umidade do solo em bom patamar.
No Mato Grosso, os índices de vegetação evidenciam o ciclo antecipado da soja se comparado com a temporada anterior. Cerca de 40% da soja foi colhida, contra menos de 10% registrados na temporada passada. O plantio de milho está acelerado, com 42,6% do total – contra 9% em 2021. A umidade do solo acima da média é favorável para o início das lavouras de segunda safra no estado.
Em Goiás, a produção de soja deverá ser positiva (9,6% maior que a safra passada) devido ao bom desenvolvimento das lavouras, principalmente nos dois primeiros terços do ciclo, como evidencia a curva do NDVI (vigor da vegetação). A alta da umidade do solo nos últimos dias é reflexo das altas precipitações, o que pode ter diminuído o ritmo da colheita da soja, mas foi importante para aumentar a umidade do solo, diante do início do ciclo do milho segunda safra. Para os próximos 14 dias, a previsão é de que a precipitação acumulada seja em torno de 130 milímetros, volume acima da média, mantendo assim a umidade do solo em patamar favorável.
Nas cidades de Rochedo, Camapuã, Alcinópolis e Água Clara, no Centro-Norte de Mato Grosso do Sul, os índices de vegetação apresentaram boa dinâmica ao longo do ciclo, o que sugere uma produtividade alta na região. A umidade do solo, no entanto, está caindo e mesmo com a perspectiva de que volte a subir na segunda quinzena do mês, a tendência é de continue abaixo da média no curto prazo. Nos primeiros nove dias do mês, choveu o equivalente a 32,45% da média mensal de chuvas (177,49 mm). Já no Centro-Sul do estado, no entanto, nas cidades de Tacuru, Iguatemi e Eldorado, a previsão é de baixa precipitação nos próximos dias, o que deverá resultar em queda da umidade do solo, sendo desfavorável para o início do ciclo do milho safrinha.