No início da semana, os médicos que trabalham no Hospital Regional, UPA e nas UTIs em Vilhena foram surpreendidos com aviso do setor de estoque de medicamentos acerca da falta de vários produtos.
A listagem, a qual o Extra de Rondônia teve acesso, conta como oito medicamentos: AAS 100 mg comprimido, Issossorbida 5 mg SL, Omeprazol 40 mg injetável, Tenoxicam 20 mg injetável, Hidralazina injetável, Bicarbonato 250 ml e 10 ml, Sulfato de Magnésio 50% e Haloperidol 5 mg injetável.
De acordo com informações obtidas pelo site, trata-se de medicação básica para atendimento, cuja falta pode colocar vidas em risco.
O Extra obteve, inclusive, detalhamento acerca de vários destes itens, com a fim ao qual se destina e a consequência de sua falta, conforme descrição abaixo:
AAS e Issossordida são muito importantes no paciente que está enfartando, ou seja, se o paciente chegar com infarto na UPA não tem a medicação do primeiro atendimento.
Omeprazol é importante para paciente de úlcera gástrica, aquele que chega sangrando pela boca, e também é importante para paciente internado para proteger estômago para os que estão em uso de vários medicamentos.
Hidralazina injetável é muito utilizado para abaixar a pressão, quando o paciente já tomou medicação por via oral e não abaixa e tem ir na UPA tomar remédio na veia para abaixar a pressão. Se não baixa a pressão paciente pode dar AVC hemorrágico.
Bicarbonato de sódio é essencial para salvar a vida de paciente com bicarbonado muito baixo no organismo e tem que repor com urgência, para não morrer. Não há outra medicação para substituir, portanto não pode faltar.
Sulfato de Magnésio utilizado para paciente que está em crise de broncoespasmo, que é muito característico no paciente de covid ou asma. O Sulfato de Magnésio também é usado em gestante com síndrome de HELLP, e a falta dessa medicação pode levar a morte da gestante se ele desenvolver essa síndrome.
Ou seja, dos oito produtos em falta, cinco deles são descritos como essenciais para atendimentos de urgências diversas, comuns em qualquer unidade hospitalar, e a ausência do produto em tais situações podem corresponder a diferença entre salvar ou perder uma vida.
A falta dos produtos causou indignação em vários profissionais de saúde, de acordo com a fonte do site.
PREFEITURA EXPLICA
Ao site, a prefeitura encaminhou a explicação abaixo:
“Dois dos medicamentos da lista podem ser substituídos por outros que possuem o mesmo princípio ativo, sendo assim, são iguais. Já os que não possuem substitutos, estão em falta no mercado nacional. Foram feitos até o momento quatro processos de compra que acabaram fracassando devido à falta de remédios no país e falta de abastecimento destes medicamentos por parte das empresas. Esse problema não atinge apenas Vilhena, mas todo o país, já que, por falta de insumos para produção e aumento na demanda devido à pandemia, esses medicamentos não estão sendo entregues pelas fabricantes. A Prefeitura tem feito todo o possível, porém, não há oferta para que esses medicamentos, mas devido a essa falta de empresas que possam fazer a venda, que os processos não conseguem comprar os produtos. A Secretaria Municipal de Saúde vai continuar realizando os processos até que consiga empresas que tenham essas medicações”.