Semana passada, dois servidores públicos da Prefeitura de Cacoal foram afastados das funções por suspeita de desvio de combustíveis. Um procedimento administrativo foi instaurado para apurar a situação. A denúncia foi apresentada pelo prefeito de Cacoal, Adailton Fúria, na Delegacia de Polícia Civil (DPC), que investiga o caso (leia mais AQUI).
Em função da repercussão do caso, o vereador Paulo Henrique (PTB), na sessão ordinária realizada nesta quarta-feira, 11, na Câmara de Cacoal, pediu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o suposto desvio de combustível nas diversas secretarias na administração municipal.
Apesar do prefeito ter levado caso à DPC, o vereador disse que Fúria não emitiu nenhuma nota oficial sobre a questão, o que gera incerteza e desconfiança quanto às ações da prefeitura.
“Hoje quero me ater aos desvios de combustíveis na prefeitura de Cacoal. É um fato grave. Infelizmente, chega a notícia que eu mais temia: a corrupção na administração do prefeito Fúria. Até quando o povo que elegeu presenciará o silêncio estarrecedor dessa Casa e do prefeito de Cacoal perante tantas denúncias de irregularidades no Poder Executivo? Eu sei que qualquer prefeito desse país, emitiria, pelo menos, uma nota de esclarecimento para informar a nossa população, pois Cacoal tem pressa. Prefeito, faça uma live. Os cidadãos estão fragilizados com o silêncio mortal de quem deveria olhar e trabalhar de forma honesta por eles”, disse o parlamentar na tribuna do Legislativo.
Chamando o caso de “escândalo do combustível”, Paulo Henrique afirmou que Fúria foi à Câmara no início da semana e, em reunião com os parlamentares, comentou que o suposto “esquema” acontece desde a gestão do ex-prefeito Padre Franco.
“Se o prefeito Fúria era vereador, naquele tempo do Padre Franco, porque não denunciou o esquema? porque foi omisso? Porque o prefeito prevaricou? Será que as pessoas envolvidas nesse escândalo, de desvio de combustíveis, desta atual gestão, foram nomeadas pelo ex-prefeito Padre Franco? Quem são os envolvidos? Qual cargo cada um ocupa a administração? São parentes do prefeito?”, questiona.
Na mesma reunião, o mandatário municipal teria solicitado que a Casa de Leis não abrisse uma CPI. “Quando aconteceu o ‘escândalo das azeitonas’, Fúria era vereador e bateu o pé exigindo uma CPI. Mas agora ele muda o discurso. Ele esteve aqui nessa Casa e pediu para não abrir uma CPI dos combustíveis. Mas claro que precisa abrir, prefeito. A história das azeitonas era mentira, mas a dos combustíveis precisa ser investigado porque vossa excelência confirmou o crime. Porque tem medo de uma CPI?”, analisa.
Paulo Henrique disse que para abrir uma CPI são necessários quatro assinaturas. Além dele, o vereador Valdomiro Corá também é favorável à investigação. “A abertura de uma CPI não significa condenar ninguém, pois ela serve para investigar e mostrar a verdade, provando a honestidade das pessoas que não estão envolvidas. Como parlamentar e fiscal, estou fazendo a minha parte”, finalizou.
O Extra de Rondônia tentou ouvir o prefeito através de aplicativo de mensagem, mas até o momento da publicação da matéria não se manifestou. Mesmo assim, o site deixa o espaço à disposição para eventuais esclarecimentos.