Quem acompanha as redes sociais do advogado Caetano Netto, deve ter percebido nos últimos dias postagens de teor político, nas quais ele convoca os eleitores de Rondônia a não votar pela reeleição do deputado estadual José Eurípedes Clemente, conhecido como “Lebrão” (União Brasil), já condenado em processos judiciais, porém ainda com possibilidade de obter registro de candidatura conforme determina a legislação eleitoral.
Na sua postagem, o advogado argumenta que só tirando de “Lebrão” o manto da imunidade parlamentar ele poderá ser julgado plenamente de seus supostos crimes. Por isso pede ao povo de Rondônia que não vote no parlamentar, que deve concorrer à reeleição.
Questionado pelo Extra de Rondônia sobre o que o motivou a promover tal “campanha” contra o deputado, Netto afirmou, em primeiro lugar, que não se trata de alguma coisa pessoal e movida exclusivamente contra este parlamentar, “ao contrário, farei outras postagens direcionadas a mais personagens que precisam ser banidos da política de Rondônia e passarem pelo crivo da Justiça da mesma forma que o cidadão comum”.
O causídico explicou que resolveu tomar tal atitude por entender que num sistema jurídico como o brasileiro, com centenas de possibilidades de recursos que arrastam os processos ao longo de anos a fio, paralelo a permissividade de se estar habilitado a disputar cargos elegíveis enquanto não houver sentença em transitado e julgado, faz como que a população não tenha outra alternativa senão partir para a conscientização popular, tentando tirar pessoas no mínimo suspeitas do poder de representar o povo e ter acesso a dinheiro público.
Caetano diz que sua iniciativa parte daquela antiga premissa romana da época dos imperadores, onde se dizia que “a mulher de César não precisa só ser honesta, ela também tem de parecer honesta”.
“Entendo que devemos levar tal linha de pensamento para nossa realidade, e só permitir o direito a dispor sobre o erário pessoas realmente ilibadas, sobre as quais não paire sequer a sombra de suspeita de risco de mau uso, o que não é o caso de gente que está processada e até mesmo condenada em instâncias inferiores da Justiça por má utilização de dinheiro público, caso deste deputado e tantos outros”.
Ele reconhece que sua atitude é controvertida, mas pondera que está havendo adesão popular e que a proteção e o respeito a coisa pública deve ser predominante.