Os últimos anos não têm sido os melhores para os orçamentos das famílias brasileiras. A chegada da pandemia acelerou processos como o incremento do desemprego, a inflação -atingindo valores não registrados há décadas-, e a perda de capacidade de compra dos salários da maioria dos trabalhadores.

De fato, 38,22% do total de trabalhadores brasileiros recebem apenas o equivalente ao salário mínimo, ou seja, até R$1.212, de acordo com um levantamento feito pela Consultoria Tendências. O valor apresenta um crescimento importante se comparado com o ano 2018, época na qual o percentual era de 30,09%.

Com alta nos preços dos produtos e serviços e pouca evolução dos ingressos, uma parte interessante procura por alternativas para cobrir as necessidades básicas de cada mês. Nesse sentido, o empréstimo pessoal está sendo uma das opções mais procuradas pelas famílias, e não apenas para pagar as contas do dia a dia, mas também para concretizar projetos maiores como fazer reformas na casa, mudar de carro ou até fazer uma viagem. 

As estatísticas confirmam a tendência. Segundo o Índice FinanZero de Empréstimo (IFE), 46% dos entrevistados declararam ter a intenção de solicitar algum tipo de crédito nos próximos 90 dias.

A situação de quem procura por um crédito

 Levando em conta que a pesquisa mencionada é feita periodicamente, a porcentagem atingiu o maior patamar dos últimos 11 meses.  Para os analistas que desenvolveram o levantamento, um dos principais motivos do aumento da procura é o cenário de despesas. Segundo eles, são muitos os brasileiros que ainda estão se realocando no mercado e que a própria economia está tentando se reestruturar.

 Principalmente são considerados os incrementos nos preços dos ítens básicos, assim como o combustível por exemplo, todos fatores que fazem que os cidadãos procurem por empréstimos para cobrir os gastos e, ao mesmo tempo, quitar alguns outros acumulados nos piores momentos da pandemia. 

Além da vontade de contrair créditos, os valores que refletem o número de pessoas que já possuem algum empréstimo vigente também são elevados. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em abril 77,7% das famílias brasileiras tinham registrado algum tipo de dívida, atingindo um novo recorde na série histórica.

A informação mostra o quanto é importante o financiamento para as famílias. Ainda assim, mesmo que os créditos sejam ferramentas válidas e que podem trazer grandes benefícios para os usuários, é preciso ficar de olho para ser cientes de quanto eles podem afetar a própria economia familiar quando não é feita uma boa análise das condições. 

Nesse sentido, a PEIC informou um valor desalentador. Os níveis de inadimplências -quer dizer, pessoas que estão com dívidas ou contas em atraso- também atingiram valores históricos. Do total das famílias, 27,8% estavam inadimplentes. Dentre elas, aquelas que declararam não ter condições de pagar as parcelas ou contas atrasadas chegaram a 10,9%. 

sicoob

COMUNICADO: Atenção caros internautas: recomenda-se critérios nas postagens de comentários abaixo, uma vez que seu autor poderá ser responsabilizado judicialmente caso denigra a imagem de terceiros. O aviso serve em especial aos que utilizam ferramentas de postagens ocultas ou falsas, pois podem ser facilmente identificadas pelo rastreamento do IP da máquina de origem, como já ocorreu.

A DIREÇÃO