Pré-candidato ao governo de Rondônia pela chamada “Frente das Esquerdas”, aliança entre sete partidos organizados em duas federações e duas legendas autônomas, o advogado e professor Vinícius Miguel (PSB) já não pode mais ser considerado como uma novidade na política do Estado de Rondônia.
Com participação considerada “surpreendente” nas duas eleições que concorreu – a primeira em 2.018 quando entrou na corrida ao governo estadual e obteve 110 mil votos, e depois em 2.020, ocasião em que tentou ser prefeito de Porto Velho e conquistou 30 mil votos, ficando em terceiro lugar numa disputa entre quinze candidatos – , ele avalia que na verdade, o que o espanta, é a quantidade de votos que pessoas com histórico negativo na política local conquistaram nestes pleitos e ainda podem obter em outubro. “O que é surpreendente é ver gente que já teve tantos problemas no passado em termos de gestão pública ainda alcançar bons resultados eleitorais em nosso Estado”, afirma, sem citar nomes.
Para o novo projeto político que encampou, Miguel disse ao Extra de Rondônia que conta com apoio total e irrestrito do presidente estadual do PSB, deputado federal Mauro Nazif, com quem está desenvolvendo intensa agenda de pré-campanha; além de sustentação do diretório nacional, de boa relação com a bancada do partido na Assembleia Legislativa e aceitação dos diretórios municipais, mantendo franco diálogo com todas essas frentes.
Em âmbito extrapartidário, o entendimento com a “Frente das Esquerdas” vem se desenvolvendo de forma “positiva e produtiva, com boas chances de se concretizar e consolidarmos um projeto comum para Rondônia”.
A frente agrega as federações partidárias criadas por partidos de esquerda, uma delas contendo o PT, PV e PCdoB, a outra com o PSOL e Rede Sustentabilidade, além do partido Solidariedade. “Essa aliança com sete partidos dá sustentação e solidez para um projeto político-eleitoral de envergadura, competitivo e com chances de viabilizar candidaturas em todos os níveis da disputa eleitoral de outubro”, acredita o pré-candidato.
PETISTA COMO VICE NA CHAPA
Neste momento, o entendimento suprapartidário caminha no sentido da composição lançar Miguel como cabeça de chapa e o petista Anselmo de Jesus como candidato a vice-governador, “pois entendemos que a chapa deve mesclar capital e interior e dispor também de partido que tenha representatividade expressiva em todos os Municípios, que é o caso do PT”.
Além disso, Vinícius entende que a composição com Anselmo traz um certo equilíbrio a composição, dada a origem de Anselmo vinculada aos movimentos sociais do campo.
Porém, ele destaca que não há nada concluído, e que está disposto a manter o diálogo até o fim do período estabelecido pela legislação e que irá abraçar com toda disposição e empenho o que ficar decidido pela frente dos partidos.
O pré-candidato falou também sobre pesquisas eleitorais, que neste momento o colocam em quarto lugar na disputa, lembrando que nas eleições passadas ele aparecia mal posicionado e no final acabou sendo considerado uma “surpresa”. “É preciso entender que pesquisa é um recorte específico de um momento numa determinada situação. Há vários critérios que devem ser levados em conta na interpretação dos resultados de sondagens, e que, se for levado em consideração a margem de erro estabelecida pelas últimas sondagens, de 3% para cima ou para baixo, pode-se considerar que a coisa está embolada”, garante ao Extra de Rondônia.
SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURAÇA E SETOR PRODUTIVO
A respeito de projetos para uma eventual administração do Estado, Miguel fala num quadripé formado por Saúde, Educação, Segurança Pública e Setor Produtivo como áreas vitais que precisam de investimentos, porém com uma visão diferenciada, além de uma gestão que defenda a democracia, o diálogo, a transparência e a ética.
Detalhando suas ideias, ele fala que na saúde é preciso investir em prevenção, vacinação infantil, diminuição das filas e suporte para o atendimento básico com o Estado assumindo suas responsabilidades diante do setor. Para a educação, os eixos fundamentais são mais ensino no campo, mais escolas de tempo integral para o Ensino Médio e o estabelecimento de uma Universidade Estadual.
No que diz respeito a segurança pública ele defende que é preciso dotar o setor de condições plenas para o enfrentamento do narcotráfico, das facções criminosas e do crime organizado, “nas periferias e também nos palácios, nos presídios e no setor público”.
Já para o setor produtivo a proposta é o fortalecimento da pequena agricultura e da agricultura familiar, com apoio institucional para suporte e qualificação; além de investimentos nas estradas e garantia de segurança pública e segurança jurídica ao homem do campo.