Para o filósofo Mikhail Bakhtin, a linguagem é algo inerente à existência humana e suas condições de organização na sociedade.
Com base nessa visão, observa-se que ela pode e é usada como instrumento de poder para o exercício da cidadania. Nesse cenário, nota-se que duas problemáticas relacionadas à linguagem verbal prejudicam o desempenho dos direitos e deveres do cidadão: falta de interação social e manipulação na comunicação.
Primordialmente, é importante destacar que a falta de interação social tem impacto direto no desenvolvimento da linguagem verbal. O caso da ucraniana, Oxana Malaya, retrata bem essa situação: por negligência de seus pais, ela viveu em meio aos cachorros, sem nenhuma interação social com outras pessoas. Em 1991, aos 8 anos, foi resgatada e desde 2010 reside em um lar para deficientes mentais, mas sua fala é limitada. Então, faz-se necessário envolver as crianças em situações que desenvolvam suas habilidades sociais.
Outrossim, é válido pontuar que a manipulação na comunicação, por meio da linguagem verbal, é uma ferramenta de imposição de poder e vontade. Portanto, muitos a utilizam para coagir outras pessoas. Um fato histórico em que ocorreu manipulação linguística foi a ascensão de Adolf Hitler ao poder. Ele conseguiu conquistar o povo por meio de seus discursos nacionalistas e manipuladores. Para tanto, faz-se necessário combater a manipulação linguística a que os indivíduos são submetidos.
Conclui-se que a linguagem verbal é um dos mais importantes instrumentos de poder para o exercício da cidadania, fazendo-se necessário combater os estorvos que a atrapalham. Para tanto, compete ao Ministério da Educação (MEC) realizar projetos de leitura e garantir que todas as crianças possam ter acesso à educação, através de campanhas, acompanhamento e assistência, dentro e fora das escolas, para que a linguagem verbal possa ser dominada e para que elas possam crescer sabendo sobre seus direitos e deveres, evitando cair, assim, em manipulações.