Cassado pelo TRE, Japonês está há 15 dias afastado do cargo em Vilhena / Foto: Divulgação

Através de nota enviada à redação do Extra de Rondônia pelo ex-servidor da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), Gustavo França, o ex-prefeito Eduardo Japonês (PSC), destacando que “agora sou apenas um cidadão e livre para informar”, rebateu acusações feitas na última sessão extraordinária que resultou no encerramento rápido do ato por falta de quórum.

Na ocasião, o presidente da Casa de Leis, Samir Ali (Podemos), culpou Japonês por supostamente articular, junto a um grupo de parlamentares, para evitar que os projetos sejam votados, principalmente, auxílio-alimentação para servidores municipais (leia mais AQUI).

Agora, Japonês rebate e diz que o atual prefeito, Ronildo Macedo, a esposa dele, Cris Del Pino, além dos vereadores Dhonatan Pagani e Samir Ali, querem se beneficiar do referido auxílio o qual chamou de eleitoreiro.

 

>>> LEIA, ABAIXO, A NOTA NA ÍNTEGRA:

Agora sou apenas um cidadão e livre para informar a todos que Ronildo Macedo aqui em Vilhena está torrando o dinheiro público que arrecadamos a duras penas de todos na cidade nos últimos 4 anos unicamente para se beneficiar disso eleitoralmente, comprometendo as contas da Prefeitura, mesmo sabendo que ficará poucos dias no Executivo e que a arrecadação municipal sofrerá queda nos próximos meses, devido à redução do ICMS.

A esposa de Ronildo, Cris Del Pino, é pré-candidata a deputada estadual, o vereador Pagani também é pré-candidato a deputado estadual e o vereador Samir anuncia há meses o interesse de concorrer nas eleições municipais como prefeito. Todos querem se beneficiar da gestão temporária e de um auxílio-alimentação eleitoreiro que custará R$ 7 milhões ao município, aprovando o projeto a toque de caixa, com pedido de urgência esperando que os 2,2 mil servidores votem neles depois. Você sabia disso?

Em 15 dias ele já comprometeu vários milhões do orçamento anual para fazer “festa com o chapéu dos outros” (no caso o seu chapéu, contribuinte). Isso sem debate público, sem transparência, sem aprovação da Câmara, nem divulgação prévia. Na semana passada, mesmo sem incluir no orçamento do município, ele decretou um auxílio-alimentação com impacto anual de R$ 7 milhões a mais de gastos para a Prefeitura, aprovou o aumento do salário dos advogados de R$ 15 mil para R$ 23 mil, apoiou o veto de matérias inconstitucionais propostas por vereadores, bem como foi favorável à redução do número de pontos necessários para um servidor ser aprovado em sua avaliação anual, de 70 para 50 pontos, entre tantas outras ações de redução na eficiência do serviço público e aumento de gastos irresponsáveis.

Mas porque irresponsáveis?

Porque a preocupação dele com o Município é zero e eu como administrador e gestor que sou minha vida toda, conhecedor também dos números da Prefeitura, sei que:

(1) O orçamento previsto para a Prefeitura de Vilhena este ano sofrerá redução de R$ 7,3 milhões conforme cálculos da Sefin nos próximos meses quando chegar o impacto da redução do imposto do ICMS. Isso porque o ICMS sobre combustíveis é a principal fonte de arrecadação do Estado e parte dela é distribuída aos municípios. Essa redução é maior do que o aumento que pretendem dar!

(2) Aprovamos, após longos estudos e análises conjuntas com a Câmara, Sindicato e servidores, o Plano para todas as secretarias que causou recentemente impacto de R$ 33 milhões a mais por ano nos gastos da Prefeitura. Fizemos o compromisso ainda de investir mais R$ 5,5 milhões nos médicos (o que já está em vigor) e também vários milhões nos servidores da Saúde em geral, com compromisso registrado em ata, para entrar em vigor a partir de setembro. Com esses aumentos foi investido praticamente todo o valor disponível dentro do limite legal de gastos com folha de pagamento, que é 51,3% da receita corrente líquida para fins de aumento de salários, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal. Se acontecerem esses aumentos que Ronildo quer fazer em cima dos que já foram feitos, no fim do ano serão necessários cortes gigantescos de vários milhões de reais para retornar o gasto com pessoal a este limite, já que será ultrapassado. Isso pode comprometer o aumento da Saúde, inviabilizando o que já estava pactuado como verdadeira valorização.

(3) Também são irresponsáveis as medidas pois não consideram que o município tem dezenas de obras em andamento, projetos elaborados e contrapartidas a serem pagas. Bairros carentes que precisam de infraestrutura podem sofrer sem recursos para tanto, já que o prefeito temporário está fazendo uma “festa” com o dinheiro público, já que sabe que não terá nenhuma responsabilidade prolongada com esse orçamento.

Portanto, a fim de esclarecer à população o que está acontecendo, já que transparência não é algo do interesse do atual prefeito, tive de me manifestar sobre o tema em resposta aos ataques baratos dos quais sou alvo por parte dele e de sua equipe, mostrando que ele está mais preocupado em dar entrevistas negativas sobre mim do que em gerir o município para resolver os problemas do Município.

EDUARDO JAPONÊS

sicoob

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