Apesar da decisão do Diretório Regional do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) indicar o apoio do partido à reeleição do coronel Marcos Rocha para o Governo de Rondônia, o senador Confúcio Moura mantém seu posicionamento: votará contra o atual governador.
“A campanha vai para o segundo turno, não há ninguém assim disparado, me parece que a disputa está posicionada: Daniel Pereira de um lado, Léo Moraes, jovem e vitorioso, e o próprio senador Marcos Rogério”, comentou o senador. “Do quarteto aí, incluindo o governador Marcos Rocha, eu espero que este vá para o 2º turno, no entanto, eu apoiarei qualquer um dos outros que chegar lá.”
O senador comentou a fala do presidente estadual emedebista, deputado Lúcio Mosquini, segundo o qual, “o MDB vai fazer uma campanha bonita e caminhar de forma equilibrada.” Ao avaliar esta fala, Confúcio Moura disse: “Eu não sei o que ele quis dizer com isso, pois campanha normalmente tem que ser equilibrada.”
Segundo o senador, o bloco democrático atuou na Convenção por “um princípio coerente de voto, nada desequilibrado; campanhas são campanhas, feitas naturalmente com muitas viagens e contatos, busca de apoio.”
A respeito do nome de sua irmã Cláudia Moura, por ele indicada para disputar a única vaga no Senado Federal, ele explicou que a campanha dela será feita a partir do apoio de correligionários: “Prefeitos que nos conhecem, vereadores do partido, e diretórios municipais do MDB.” Para o senador, eles representam um patrimônio acumulado ao longo dos anos. “Daí buscaremos transferir para Cláudia Moura os votos desse legado que nós construímos no estado.”
A partir disso, o senador avalia que a campanha de Cláudia Moura tem como ganhar capilaridade e alcançar todos os rincões do estado. “Além disso, Cláudia tem condições de qualificar o debate, pois conhece profundamente de políticas públicas, tem experiência em gestão e conhece o parlamento. Com ela em campanha, daremos proximidade do cargo de senador com o eleitor, com a eleitora, coisa que tenho feito ao longo do meu mandato”, detalha Confúcio Moura.
Na fala de Cláudia Moura durante a Convenção, ela deixou claro que sua candidatura também tem o propósito de fortalecer as candidaturas do partido para deputado estadual e federal. “É com esse espírito de coletividade que entro na disputa. Essa candidatura tem ainda o sentido de honrar o trabalho dos que nos antecederam; que trabalharam para construir esse Estado. Um resgate e valorização desse trabalho, desse legado e a continuidade das boas sementes lançadas. Eu venho para contribuir, para defender políticas públicas que visem um desenvolvimento no seu sentido amplo, que inclua mais pessoas em uma condição de vida digna, com bem-estar e justiça social. Um desenvolvimento que reduza as desigualdades e os níveis de pobreza, que dê dignidade e prosperidade ao cidadão, gere mais oportunidades ao que empreendem, aos produtores rurais como um todo, aos agricultores familiares, às mulheres, comunidades tradicionais, povos indígenas, população das cidades, desde uma economia próspera e justa, onde os recursos naturais sejam mantidos para o bem de todos”, enfatizou Cláudia.
TERRAS, FOME E DESIGUALDADE
Confúcio reiterou que a sua atuação em 2023 já está delineada: “Meu planejamento tem como foco a educação, e aí entram a ciência e tecnologia, a pesquisa científica que é fundamental; o desenvolvimento da Amazônia a partir da bioeconomia. Considerou fundamental que as riquezas existentes na floresta e nos rios precisam ser exploradas de forma sustentável.
“A regularização fundiária é uma necessidade do estado, senão a maior razão para a sua pacificação. Ao se documentar glebas de terras, diminuiremos a violência e o fator econômico tende a melhorar em Rondônia. Isso depende de projeto, de vontade política de quem governa” – respondeu indagado a respeito da atual inoperância do Incra.
Ao ser indagado sobre qual o tema que não pode sair de pauta, o senador foi taxativo: “Entre as prioridades que temos a trabalhar, são igualmente importantes o combate à miséria, à desigualdade e à fome; precisamos eliminar logo essas chagas. Anos atrás, o Brasil havia saído do mapa da fome, agora voltamos a ele, porque temos cerca de 30 milhões de famintos no País, e isso é vergonhoso, pois grande parte do povo brasileiro passa necessidade de alimentação básica. Isso é quase a população do Peru, pouco menos que a população da Argentina. Esse é o assunto da ordem do dia de nós todos, brasileiros, e queremos acabar com essa situação”, concluiu.