Aos 21 anos, filho de agricultores do interior de São Paulo, Expedito Júnior começava uma vitoriosa carreira política, embora tenha tido, pelo longo caminho que percorreu, também percalços e derrotas.
Mesmo assim, em seus 38 anos de vida pública, amealhou um eleitorado fiel, assim como adversários figadais, ou seja, daqueles que nutre m sentimentos negativos em relação a ele. Sempre teve, contudo, muito mais admiradores do que opositores.
Durante sua vida pública, tornou-se uma figura das mais conhecidas da política rondoniense, andando cada metro quadrado destas terras de Rondon, em suas campanhas e quando nos cargos que ocupou. Foi o mais jovem deputado constituinte da história da democracia brasileira, sendo eleito em 87 e depois deixando a cadeira por uma decisão da Justiça Eleitoral em favor de um homônimo. Oito anos depois, contudo, este professor de Matemática, que lecionava na Escola Estadual Pereira da Silva, em Rolim, deixava a sala de aula para se tornar novamente deputado federal, daí para dois mandatos seguidos: de 1995 a 1998 e de 1999 a 2003.
O próximo passo, no auge da sua popularidade, foi ser eleito senador entre 2007 e 2009. Foi eleito na ocasião com quase 40 por cento dos votos válidos, 267.728, uma votação incrível para a época, quando a população e o eleitorado de Rondônia eram muito menos do que hoje, uma década e meia depois. Duas vezes candidato a Governador, Expedito não conseguiu realizar seu grande sonho de comandar o Estado.
Por que toda essa história e esse longo introito? Porque, depois de quatro décadas na política, Expedito decide ficar fora de uma eleição, embora tivesse seu nome lançado à disputa pelo Senado e, em todas as pesquisas, formais ou informais, aparecesse com chances reais de se eleger à única vaga disponível para nosso Estado.
A decisão foi anunciada esta semana, mas ela já estava madura muito tempo anos. A este Blog, Expedito já havia dito, há cerca de 15 dias, que estava “desanimado”, “desacorçoado” com o quadro que se formava para a eleição. Ele evita dar os reais motivos pelos quais tomou este caminho, mas certamente os problemas começaram quando foi rompido o acordo que ele tinha não só com o senador Marcos Rogério, agora presidente regional do PL, como também com seu amigo muito pessoal, o prefeito Hildon Chaves.
Em ambos os casos, por questões partidárias e projetos diferentes (Marcos Rogério teve que lançar o empresário Jaime Bagattoli e não Expedito, como queria, ao Senado e Hildon se aliou ao projeto de reeleição de Marcos Rocha, apoiando Mariana Carvalho ao Senado), as coisas começaram a se tornar mais difíceis. Piorou quando, depois, uma aliança que se formava entre PL e PSD, seu partido e do seu filho, Expedito Netto, também fracassou. Expedito foi vendo seus parceiros de longos anos partirem para outros caminhos. Decidiu, por fim, cair fora. E o fez!
PLANOS: FAMÍLIA E O AMOR POR CECÍLIA, DE QUATRO ANOS, A NETA QUE COLORIU A VIDA DO EXPERIENTE POLÍTICO
Mesmo ficando de fora, em 2022, o ex-senador entre os mais votados da história de Rondônia, diz que a desistência desta campanha não representa a desistência da política e da vida pública. Daqui a dois anos e meio tem eleições municipais e daqui a quatro anos tem novas eleições gerais. Expedito tem hoje 59 anos, ou seja, tem ainda muitos projetos pela frente. Por enquanto, além dos seus negócios particulares, a que pretende dar atenção necessária, garante que tem a missão de cuidar da sua família, principalmente da esposa, Val Ferreira, outra figura das mais queridas no contexto da coletividade rondoniense e se dedicar de corpo e alma ao seu mais profundo amor, sua neta Cecília, filha de Expedito e da médica Gabriela, que agora está com quatro anos. Muito ligada à menina e ela a ele, o avô conta os minutos para estar ao lado da menina que coloriu ainda mais sua vida. Com relação a quem vai apoiar nesta eleição, tirando o óbvio apoio ao filho que é deputado federal e candidato à reeleição, Expedito Júnior diz que ainda não decidiu e que só durante a campanha vai se definir. O deputado Expedito Netto, contudo, fechou aliança com o Podemos e apoia Léo Moraes para o Governo. O PSD dará inclusive o nome do vice, na chapa de Léo. E Expedito? Sai de cena, ao menos momentaneamente, um dos mais complexos personagens da política rondoniense das últimas décadas.
STF DÁ AVAL PARA QUE IVO CASSOL POSSA CONCORRER AO GOVERNO E ACIR GURGACZ AO SENADO. OS DOIS TIVERAM LIMIANRES ACOLHIDAS
No final da tarde desta quinta-feira, o ministro Nunes Marques concedeu liminar ao pedido do ex-governador e ex-senador Ivo Cassol, autorizando que ele seja lançado por seu partido, o PP, como candidato ao Governo. Nunes Marques considerou que existem relevâncias nas argumentações de Cassol, concedendo o pedido de liminar, “ainda que em parte”. Ou seja, com a decisão do ministro do STF, Cassol está apto a sair candidato, ao menos até decisão posterior que mude a decisão. O mesmo aconteceu com o caso do senador Acir Gurgacz. Ele também foi beneficiado por liminar do STF e já confirmou que é candidato à reeleição ao Senado. Com isso, a princípio, o advogado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas, Benedito Alves, poderá ser o suplente, embora isso ainda não esteja definido. Enfim, o Dia D para a convenção do PP teve resultado positivo para o que Cassol pretendia. Aliás, o PP, presidido no Estado pela deputada federal Jaqueline Cassol, agora candidata ao Senado, se reúne na manhã desta sexta, no clube Washington, em Rolim de Moura e a convenção definirá todos os rumos do partido. O ingresso de Cassol no rol de candidatos pode mudar toda a estrutura da disputa, incluindo alianças e até eventuais desistências. O mesmo se pode dizer em relação à corrida pela única vaga ao Senado, com duas mudanças radicais. Expedito Júnior desistiu de concorrer e Acir Girghacz entra agora, com tudo, na disputa.
LÉO SE ALIA AO PSD DE EXPEDITO NETTO, QUE DARÁ O VICE NA CHAPA, MAS PODE PERDE JAQUELINE PARA O IRMÃO DELA, IVO CASSOL
Enquanto isso, a candidatura de Léo Moraes ganhou um reforço importante. O fechamento de um acordo com o PSD de Expedito Netto, dá ao Podemos uma parceria forte, nominatas de candidatos viáveis e a certeza de que virá do novo parceiro o nome do candidato a vice, na chapa que será oficializada nesta sexta, na convenção do partido, a partir das 17 horas, na casa de shows Talismã, em Porto Velho. Léo ainda tem uma preocupação importante. Como Ivo Cassol pode ainda surgir como candidato, o presidente regional do Podemos corre o risco de perder o poderoso apoio de Jaqueline Cassol e do PP, importante partido no pacote de siglas do Estado, já que Jaqueline iria compor o grupo de apoiadores do irmão. Ninguém falava abertamente sobre isso publicamente, mas sabe-se que houve conversa entre os conhecidos políticos rondonienses, sem que Ivo Cassol e Léo Moraes tivessem chegado a um acordo. Essa novidade, do ingresso de Cassol no contexto dos candidatos, muda bastante o quadro. Léo, por exemplo, ganha a adesão do PSD de Expedito Netto, mas pode perder Jaqueline. E não sabe se terá ao seu lado Expedito Júnior, que afirmou que, por enquanto não decidiu a quem apoiará, embora tenha decidido ficar fora da eleição de 2022 como candidato. Caso não tivesse tomado esta decisão, poderia até entrar no pacote do acordo Podemos/PSD, como o nome do grupo para o Senado. Enfim, até o fim do dia se saberá como as coisas vão ficar.
MARCOS ROGÉRIO PREPARA GRANDE CONVENÇÃO EM PORTO VELHO E PODE TER A MÉDICA FLÁVIA LENZI COMO VICE
Considerado, tanto nas pesquisas oficiais como naquelas internas como, ao menos até agora, o principal adversário do governador Marcos Rocha, na disputa pelo Governo do Estado, o senador Marcos Rogério também faz sua convenção nesta sexta, a partir do final da tarde, no Bingool, centro de Porto Velho. A previsão é de que Rogério prepare o encontro como demonstração de força, vindo com tudo para deixar claro que ele chega com força para a disputa. Várias caravanas vindas do interior estão sendo aguardadas para a convenção. Marcos Rogério está preparando um forte discurso. De um lado, de apoio total ao governo do presidente Bolsonaro. De outro, de duras críticas ao governo Marcos Rocha. Junto com sua equipe, o senador, que se tornou figura conhecida no país por sua atuação na chama CPI do Circo (CPI da Covid), pela defesa do governo federal, está preparando o lançamento oficial da sua candidatura, tentando se postar como o verdadeiro candidato de Bolsonaro em Rondônia. O eleitorado ficará certamente dividido, porque ambos os candidatos – Rocha e Rogério – se apresentarão como muito próximos do Presidente e ambos com o apoio de Bolsonaro, que nas pesquisas, em Rondônia, está muito à frente do seu opositor, o ex-presidente Lula. Jaime Bagatolli será o candidato ao Senado. O anúncio do nome do candidato a vice, pode se tornar da candidata a vice, na chapa de Rogério. A médica Flávia Lenzi estava, ao menos até esta quinta-feira, entre os nomes mais cotados para assumir a missão. Só se saberá, contudo, no final da convenção desta sexta.
ÓLEO DIESEL TAMBÉM COMEÇA A BAIXAR. EM RONDÔNIA, LITRO JÁ CUSTA ENTRE 16 E 18 CENTAVOS A MENOS
Primeiro foi a gasolina. Agora é o óleo diesel. Com a decisão da Petrobras de baixar os preços nas distribuidores, os dois tipos do combustível estão em baixa. Com a queda dos impostos estaduais e federais, a gasolina tem que mantido, ao menos em Rondônia, com preços que variam de 5,30 reais até 5,70 reais. Não fosse essa mexida na carga tributária, sem dúvida alguma a gasolina estaria caminhando para pelo menos mais 3 reais por litro, ou seja, estaria, neste momento, entre 8,30 e 8,70 reais. É um alívio para o bolso do consumidor. Agora, a baixa começa a chegar, mas com menor potencial de queda, também para o óleo diesel. Já nesta sexta-feira, o consumidor final poderá abastecer nos postos rondonienses com preços entre 16 e 18 centavos menores. Nos postos de Rondônia, o óleo tipo S 10 (menos poluente) baixará até 16 centavos nas bombas. Já o S500, baixará, em média, 18 centavos. A diminuição no preço do litro do diesel pode significar uma diminuição também nos preços das mercadorias, encarecidas nos últimos meses, pelo salto do custo do transporte. O Sindicato dos Revendedores de Derivados de Petróleo do Estado têm seguido à risca a decisão de repassar, o mais imediato possível, os descontos do combustível que vem das distribuidoras. Aliás, em relação ao abastecimento dos combustíveis no Estado, em breve poderemos ter decisões que podem baixar ainda mais o custo para o consumidor final. Mas, por enquanto, é só um projeto.
CÂMARA APROVA FIM DA MOLEZA DAS SAIDINHAS DE CRIMINOSOS POR AMPLA MAIORIA. MAS QUEM DARÁ A ÚLTIMA PALAVRA SERÁ O STF
Como não se tem certeza se uma lei aprovada no Congresso Nacional vai realmente valer, porque a última palavra para a legislação brasileira depende de decisões dos ministros do STF, que deveriam ser os defensores da Constituição, Mas, vê-se, alguns deles a adaptam às suas crenças pessoais, ainda não há nada a comemorar sobre decisão da Câmara Federal, nesta semana. Mesmo que aprovada por uma imensa maioria (301 votos a favor e 98 contrários), a nova lei ainda precisa passar pelo Senado e pela sanção do presidente da República, mas, claro, só valerá se os recursos que certamente a oposição impetrará, não forem acatados pelos ministros da Corte Suprema. Resumidamente: o projeto aprovado, relatado pelo deputado Capitão Derrite, do PL, aliado do Palácio do Planalto, acaba com a saidinha malandra, colocada na lei das execuções penais, beneficia criminosos de todos os calibres, dando a estes bandidos presos direitos que, claro, suas vítimas nunca tiveram. Assassinos cruéis como Suzana Richthofen, líder do bando que matou os próprios pais; o casal Nardoni, que jogou a filha pela janela do apartamento e Elize Matsunaga, que trucidou o próprio marido, têm sido constantemente beneficiados. O relator também acrescentou a obrigação de exame criminológico como requisito para a progressão de regime e para a autorização de regime semiaberto. O exame, segundo o parlamentar, deverá comprovar que o “preso irá se ajustar na nova modalidade com autodisciplina, baixa periculosidade e senso de responsabilidade”. Prevê, ainda, o uso de tornozeleira eletrônica pelo condenado. Pela nova lei, este tipo de criminoso perde o direito a saidinhas pornográficas. Essa vergonhosa lei que dá a criminosos cruéis tantos benefícios, certamente é um anseio da enorme maioria da sociedade brasileira, mas, sabemos, não depende de decisão do Congresso. O poderoso STF é que deve dar a última palavra.
PATRIOTAS E AVANTE FAZEM CONVENÇÃO CONJUNTA, MAS SE APROXIMAM DO PSC. RUMO DOS PARTIDOS SERÁ DECIDIDO NESTA SEXTA
O PSC já fez convenção, lançou seus candidatos e decidiu apoiar a reeleição de Marcos Rocha. Mas, depois disso, o presidente regional do partido, o deputado Luizinho Goebel, que tenta seu quinto mandato, deixou claro seu descontentamento com a parceria. A tal ponto que ele se uniu a outros dois líderes partidários (Jair Montes, do Avante e Marcelo Cruz, do Patriotas), ambos também fazendo parte de um grupo que, ao menos nas últimas semanas, teria se afastado do Palácio Rio Madeira/CPA. Nesta sexta, Patriotas e Avante realizam convenção conjunta, a partir das 14 horas, no auditório da Unopar, na avenida Rio de Janeiro. “Amanhã, na convenção, decidiremos e anunciaremos nossos rumos”, comentou o presidente Jair Montes, ao ser questionado sobre qual a tendência que os dois partidos seguirão. O Avante em Rondônia, ao que tudo indica, não seguirá os passos do comando nacional, que através do seu até ontem candidato à Presidência, André Janones, abriu mão da disputa e anunciou apoio a Lula. Os diretórios regionais, contudo, estão liberados para apoiarem quem decidirem. Jair Montes afirma que juntos, Avante e Patriotas formam uma força política importante no Estado e, para onde irem, levarão certamente muitos votos. Portanto, é mais uma convenção em que os principais candidatos estarão de olho.
PERGUNTINHA
“Na Região Amazônica vivem mais de 24 milhões de brasileiros. E, por ironia do destino, a Amazônia, com todas as suas riquezas potenciais, abriga a maior desigualdade brasileira, em todos os sentidos, educacional, de renda, da pobreza, da falta de saneamento básico. É a pobreza dentro da riqueza. Isso é um paradoxo realmente inaceitável”. Qual sua opinião sobre esse depoimento do senador e ex-governador Confúcio Moura?