Robson Oliveira / Foto: arquivo pessoal

RESENHA POLÍTICA ROBSON OLIVEIRA

EX-IBOPE

O Ipec, instituto de pesquisa que substituiu o Ibope, divulga, nas próximas horas, em Rondônia, a primeira rodada de pesquisa para governador e senador. Embora haja muitas controvérsias em solo rondoniense sobre as pesquisas, especialmente comparando os erros cometidos, há uma expectativa entre os candidatos e meios políticos sobre os resultados. É bom lembrar que a pesquisa retrata o momento em que os dados foram capturados e, no decorrer da campanha, sofrem mudanças substanciais. Não é raro um candidato azarão vencer em Rondônia sem que sequer liderasse uma única pesquisa divulgada.

FAVORITISMO

É quase impossível que no primeiro cenário a ser divulgado pelo instituto contratado pela filial da Globo o ex-governador Ivo Cassol (PP) não seja o favorito. Nos monitoramentos dos comitês o assunto não é novidade e Cassol tem demonstrado muita resiliência política mesmo tendo que enfrentar uma batalha judicial quase intransponível para se manter vivo na disputa. É sem dúvida, individualmente, o maior líder do estado, embora tenha sido alvo de várias ações judiciais.

FICHA SUJA

O Tribunal Regional Eleitoral ainda vai analisar e julgar o pedido de registro da candidatura a governador de Ivo Cassol, e a tendência é que seja barrado. A esperança dele é que o Supremo Tribunal Federal confirme o direito em permanecer na disputa, o que dificilmente ocorrerá. Aliás, desde o início da especulação da suposta candidatura do ex-governador esta coluna sempre sustentou que a candidatura não vingaria em razão do trânsito em julgado da sentença criminal, mesmo sendo o nome mais lembrado pelo eleitor de Rondônia.

RESISTÊNCIA

Quem julgava que Cassol sangraria durante este início de campanha devido às informações que surgem naturalmente na imprensa sobre sua inelegibilidade, enganou-se redondamente, inclusive este cabeça-chata. O ex-governador é duro na queda e suscita entre os seus seguidores um certo furor. A lembrança da administração de Ivo Cassol como bem avaliada leva à conclusão de que o atual governador Marcos Rocha (União Brasil) não possui um legado administrativo consistente e capaz de catapultar o ex-governador da disputa. Cassol tende a perder a corrida das eleições estaduais para a legislação eleitoral, e não para a urna. Não resta outra alternativa senão resistir. E o faz com o barulho peculiar.

APOSTA

É possível que a coluna esteja errada desde que chamou de lorota a suposta candidatura de Cassol, embora mantendo nossa aposta, o prestígio eleitoral do ex-governador vai ser disputado por todos os concorrentes. Ninguém tem pistas da decisão que ele (Cassol) tomará na hipótese de ser barrado pelo TRE, o que aumenta o cacife como um cabo eleitoral de luxo. A família vai apostar todas as fichas na campanha de Jaqueline Cassol, candidata ao Senado Federal, irmã caçula do ex-governador.

AGUARDANDO

A pesquisa a ser divulgada pela TV Rondônia servirá como estímulo para que os candidatos a governador percorram os municípios atrás dos eleitores, especialmente aqueles que ficarão órfãos de Ivo Cassol. Isto significa dizer que os números do Ipec a serem revelados mudarão totalmente na próxima rodada das pesquisas momento em que a Justiça Eleitoral decidir sobre a inelegibilidade (ou não) do candidato do PP ao Governo de Rondônia. Marcos Rocha, Marcos Rogério, Léo Moraes, Daniel Pereira, Pimenta de Rondônia e o Comendador Valclei são compelidos a esperar uma definição sobre Cassol e vão ficar paralisados e sem crescer nas pesquisas até a definição judicial.

INVERTIDA

O candidato a reeleição Marcos Rocha (União Brasil) levou uma invertida do candidato do PL Marcos Rogério ao ser proibido pela Justiça Eleitoral de utilizar indevidamente a imagem de Jair Bolsonaro em sua campanha para o Governo de Rondônia. Quatro anos atrás o mesmo candidato Marcos Rocha, então filiado ao PSC, partido em que o presidente estava também filiado, requereu na justiça a mesma proibição porque o então candidato ao Senado Federal Marcos Rogério havia utilizado do mesmo expediente, uma vez que disputou as eleições por uma legenda diversa de Bolsonaro.

AUTORIZAÇÃO

Rogério manejou a medida adequada ao avanço de Rocha, mas Bolsonaro, ao saber da confusão, gravou um vídeo autorizando todos os candidatos a usarem sua imagem independentemente do partido a que estiverem filiados. Não excluiu nem os petistas. As tentativas de Marcos Rogério pela primazia do apoio exclusivo de Bolsonaro a sua candidatura em Rondônia foram em vão até o momento. A autorização contrasta com lealdade canina que Rogério devota ao presidente. Quem o conhece garante que está com o ego aos frangalhos.

PERFIL

Mesmo tendo capilaridade eleitoral entre os mais jovens, a candidata ao Senado pelo Patriotas, Mariana Carvalho, não conseguiu se desvencilhar do perfil de menina que encantou a Câmara Federal.

MIGRAÇÃO

Ao migrar para o ninho do governador Marcos Rocha com a estratégia de receber uma boa parcela do eleitorado bolsonarista, a tática da deputada não tem surtido o efeito desejado: uma vez que o adversário pelo mesmo espectro ideológico, Jaime Bagattoli, que é filiado ao PL de Bolsonaro, tem o perfil mais lembrado pelos bolsonaristas raízes.

ESPERTEZA

Ex-tucana com laços fortes com o deputado mineiro Aécio Neves, Mariana tenta se viabilizar num eleitorado conservador que destoa da trajetória política que adotou desde que se elegeu para o primeiro mandato de deputada. Ao que parece a migração para uma legenda da extrema direita não lhe caiu bem. Falta-lhe experiência, maturidade e convicção para ser reconhecida no novo ninho. A atitude da jovem deputada é uma velha tática política que nem sempre dá certo pelo excesso de esperteza.

TOUCA

O ex-secretário de saúde estadual, Fernando Máximo, candidato a deputado federal pelo União Brasil, voltou a usar a defectível touca como símbolo de lembrança pela sua passagem na pasta governamental. É uma boa oportunidade para ele explicar aos rondonienses quais foram os motivos que levaram o estado a perder tantas vidas na pandemia. E por qual motivo não adotou com rapidez ações governamentais para que evitar o número alarmante de mortes pela Covid em Guajará-Mirim. Ou explica tim tim por tim tim ou vai levar touca literalmente dos adversários nas urnas.

SUPORTE

Mesmo sendo o candidato ao Senado Federal homologado pela convenção pedetista, é uma maldade a forma desrespeitosa pela qual o partido trata a candidatura de Benedito Alves ao retirá-la conforme interesses dos dirigentes. Dia sim, e dia não, Benedito tem sido escanteado para dar lugar ao senador Acir Gurgacz. Embora o atual senador esteja inelegível pela lei da ficha limpa. Para não sujar a biografia o melhor ao Benedito seria adiar o projeto antes que vire meme do próprio enredo.

EMBUSTE

Com o impasse a candidatura de Benedito não decola e ainda é obrigado a ficar explicando o inexplicável. Deixou o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas com um legado respeitável para estrear na política num embuste rocambolesco. Pior que tem aceitado este papel que mais parece cenas mambembes. Fica difícil ao eleitor que enxerga o Senado uma casa de gente séria votar num candidato que trata a própria candidatura como uma brincadeira.

UNIR

Uma carta aberta enviada à coluna pelo centro Acadêmico de Direto da Unir revela um suposto descaso dos responsáveis pelo Departamento do curso que, por inoperância administrativa, pode causar prejuízos irremediáveis aos alunos caso não sejam cadastradas corretamente as disciplinas no Sistema Sigaa. Sem este cadastro os alunos ficam impedidos de realizar suas matrículas para o semestre em curso. Além disto, denunciam falta de organização das bancas do TCC, prejudicando a apresentação da monografia dos alunos e, sem ela, não concluem o curso.

DESCOMPASSO

Os alunos de direito da Unir também apontam um total descompasso entre a grade curricular com as disciplinas ofertadas no semestre, inclusive quanto à carga horária. O pior é que foram feitas várias reclamações à ouvidoria sem uma resposta satisfatória e os responsáveis pelo curso fazem ouvidos de moucos às reivindicações dos alunos. É preciso que a magnífica reitora seja mais firme a exigir que a pró-reitora acadêmica assuma suas funções de coordenação das atividades pedagógicas, e não seja mais um órgão cartorial para acomodar quem não exige eficiência em nossos cursos superiores da única instituição sustentada pelos impostos dos brasileiros.

MUROS

Os acadêmicos de direito têm clamado por uma solução dos impasses e mais compromisso das chefias do curso. É hora de a sociedade começar a olhar mais atentamente aos muros erguidos pela universidade impedindo que nós, contribuintes, possamos ver com mais cuidado seus descompassos. A coluna vai apurar e nominar um por um os responsáveis pela confusão e divulgar o que fazem extramuros. Preliminarmente, alguns nomes citados pelos alunos merecem ser enxergados pela coluna com mais rigor. Voltaremos ao assunto.

ENTREVISTA

Jair Bolsonaro fez um esforço hercúleo para não perder a compostura na entrevista da bancada do Jornal Nacional, na noite de ontem (segunda-feira). Fez o feijão com arroz e evitou o tom mais beligerante que sempre adotou contra a vênus platinada desde que assumiu a presidência da república. Foi evasivo nas perguntas mais incômodas, mas respondeu objetivamente quando instado a dizer que respeitará o resultado das urnas. Fez o correto, até porque de nada adiantará questionar a eleição que ele mesmo decidiu disputar.

PERGUNTAS

Apesar do profissionalismo dos jornalistas ao fazer perguntas que o entrevistado não gosta, os bolsonaristas insistem em criticar a postura dos entrevistadores por perguntarem temas que deixam o presidente desconfortável. O papel do bom jornalista é perguntar e perguntar aquilo que o entrevistado tenta evitar abordar. Quem foge da pergunta é quem tem o que esconder. Não existe pergunta inoportuna, o que existe é resposta burra.

PROFISSIONALISMO

Ao bom jornalismo a liberdade no exercício do ofício é primordial para melhor informar sem dar bolas aos capachos de plantão que veem a imprensa como algo que incomoda. E deve incomodar mesmo os poderosos, é o nosso dever. Morro de rir com o contorcionismo dos capachos ao abordar a entrevista global. Bolsonaro, o candidato, manteve a calma e quem esperava uma conduta agressiva ao extremo viu uma outra bem moderado. Diferente daquele Bolsonaro que ameaça acabar com a globo. O mais engraçado é que os seguidores do presidente ajudaram a elevar as alturas o ibope da vênus platinada, a mesma que tanto demonizam.

COLORADO

Este cabeça-chata trocou algumas “dedos de prosa”, semana que passou, com o zootecnista Ênio Milani produtor de leite de Colorado. Foi um deleite ouvir atentamente um técnico bem preparado na questão agrícola com uma visão futurista sobre os negócios do agro bem mais consistente do que os secretários estaduais que ocuparam a pasta da agricultura.

IRONIA

A coluna nunca havia conhecido um especialista capaz de traçar metas e projetar resultados da agricultura e da pecuária de Rondônia com tanta competência. Quando perguntado sobre as políticas governamentais para o setor do governo de Rondônia, Milani não se fez de rogado ao falar que o último ocupante da pasta não entende de agro, de cooperativismo, nem da pecuária e tão pouco de roça. Ainda fez troça: “ele é um excelente genro de deputado. Nada mais”.  –  A única terra que conhece é aquela que carrega sob as unhas mal arrumadas, ironizou. Segundo Milani, embora Rondônia tenha a melhor e mais sadia carne de gado do país, não consegue exportar com maior volume para mercados externos por inoperância da Secretaria de Agricultura que tem sido administrada por neófitos há anos.

sicoob

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