Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (3), o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP), disse que irá propor um Projeto de Lei para criminalizar institutos de pesquisa que divulgarem levantamentos que sejam diferentes do resultado das urnas — considerando a margem de erro estipulada pela própria entidade.
“O meu projeto de lei propõe que: pesquisa publicada na véspera da eleição, que tenha diferença na urna maior que a margem de erro é crime — será punido com cadeia e multa”, afirmou.
No sábado (1º), um dia antes do primeiro turno, Lula tinha 50% das intenções de votos válidos, enquanto Bolsonaro aparecia com 36%, segundo pesquisa Datafolha. No mesmo dia, pesquisa Globo/Ipec mostrou o petista com 51%, e o presidente, com 37%. Ambos os levantamentos tinham margem de erro de dois pontos percentuais.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu 48,43% dos votos válidos neste domingo (2), contra 43,20% do presidente Jair Bolsonaro (PL), com 99,99% das urnas apuradas.
Já a pesquisa Ipespe divulgada no sábado trazia Lula com 49%, e Bolsonaro, com 35%. A Genial/Quaest da mesma data indicava, respectivamente, 49% e 38%. O primeiro levantamento tinha margem de erro de três pontos percentuais; o segundo, de dois pontos.
Os institutos erraram as projeções mesmo considerando a margem de erro, especialmente em relação aos votos para Bolsonaro. “O histórico de erros é muito longo […] é muito improvável que a gente possa conviver mais tempo com esse problema. Pesquisa errada pode virar definidor de eleições”, disse.
Para o deputado, os institutos de pesquisa devem “dar um jeito” para acertar a pesquisa e não depender do Censo. “Quem quer fazer pesquisa precisa ter matéria prima para isso, conhecer a sociedade brasileira […] ele tem que se virar para acertar a pesquisa dentro da margem de erro que ele mesmo colocar”, disse.
A CNN contatou o Institutos Datafolha, Ipec, Quaest, Ipespe, Paraná, MDA, Atlas e PoderData para que comentassem o tema.