Robson Oliveira / Foto: arquivo pessoal

PESQUISA

As maiores críticas estão sendo dirigidas aos institutos de pesquisa, em particular em Rondônia onde o candidato ao Senado pelo PL, Jaime Bagattoli, aparecia entre os menos votados e, aberta as urnas, deu uma virada sensacional e venceu o favoritismo aparente de Mariana Carvalho. Para governo, embora todas tenham apontado os dois Marcos para o segundo turno, mas Rogério alcançou o governador e vai às urnas no dia 30 mais favorito do que nunca. Mesmo com as máquinas públicas sendo utilizadas desavergonhadamente.

ALERTA

O desafio de Rogério é ter a capacidade de falar para um eleitor ligado à burocracia pública que está com medo de perder o emprego uma vez que exerce vínculo empregatício de confiança. Este servidor supostamente ameaçado pode fazer a pequena diferença. Tanto o senador quanto o governador são bolsonaristas desde criancinha e, portanto, não se diferem em nada no espectro ideológico.

RAIZ

O número 22 pode fazer a diferença nas eleições rondonienses caso a propaganda do governador Coronel Rocha não saiba explicar que ele é também Bolsonaro, um bolsonarista em dobro, razão pela qual vai às urnas com o número 44, que é a soma de 22 mais 22. Ademais, o coronel é da base presidencial desde 2018, chamado de raiz. Vai ser divertido ambos duelando num debate pela paternidade, em especial com a probabilidade maior de ter pela frente Lula no comando do país.

EFEITO ORLOFF

Marcos Rogério (PL) vai enfrentar Marcos Rocha (União Brasil) nas mesmas condições que o atual governador enfrentou em 2018 Expedito Junior, ou seja, com o número 17, na época o mesmo de Bolsonaro. O senador hoje é quem tem o número 22, igual ao presidente, contra o governador que tem número 44. É o que na década de noventa popularizou-se como “efeito orloff”.

EXPLICAÇÃO

O “efeito orloff” se notabilizou, nos anos 90, como um chavão para comparar Brasil e Argentina. Para quem não sabe ou não lembra, a comparação se inspirava numa propaganda de vodca dos anos 80, supostamente falsificada. Nela, o ator acorda numa ressaca desgraçada porque tomou a bebida “batizada” e olhava para o amigo e dizia: “Eu sou você amanhã”. Hoje, a situação dos Marcos é igual.

FARSA

Quem colheu uma derrota retumbante foi a deputada federal Mariana Carvalho, derrotada ao Senado quando liderava todas as pesquisas e aparecia nas mídias sociais com ar triunfante de vitoriosa com um discurso ideológico da extrema direita quando até outro dia professava posições tucanas da social democracia paulista.

FAKE

Mariana assumiu o modelito bolsonarista: um discurso extremamente conservador com os mesmos chavões de pátria, família e liberdade. No final o eleitor raiz rondoniense de Bolsonaro percebeu que as vestes e o novo discurso assumido pela deputada eram um fake de um marketing mal estruturado e optou em dar vitória ao Bagattoli que é de fato um extremado raiz do conservadorismo que alimenta as hordas do presidente. Bagattoli é do agro, é extremado e é um caipira ricaço com a cara ideológica do bolsonarismo histriônico. A candidatura fake foi percebida.

ABSTENÇÃO

Pelos mapas das urnas no estado o eleitor da capital vai ser decisivo neste segundo turno e os eleitores do deputado Léo Moraes podem definir o pleito. O problema é que também é um eleitor que tradicionalmente tem menos comparecido às urnas no segundo turno. Nas eleições municipais passadas a abstenção foi maior que os votos obtidos pelo prefeito Hildon Chaves na reeleição. Neste ano pode até aumentar cuja data (30), escolhida para votação, caiu perto de um feriado.

SAÚDE

Qualquer pesquisa feita revelava a saúde estadual como o ponto mais nevrálgico das áreas pesquisadas em Rondônia. Um governo que fez muito pouco e que continua com os mesmíssimos problemas que na campanha de 2018 prometeu resolver, em nada evoluiu. O hospital Heuro não passou de uma rocha encravada num descampado da capital, além de irregularidades no processo da escolha jurídica da edificação sob avaliação dos órgãos de controle.

CONTRADIÇÃO

Mesmo tendo sido um Secretário de Estado da Saúde medíocre na avaliação da coluna, Fernando Máximo conseguiu uma grande votação sendo sufragado como o mais votado destas eleições. Uma votação surpreendente que não foi detectada por nenhum instituto. Foi uma campanha silenciosa com um resultado para não deixar dúvidas de que Zé da Touca foi medíocre como secretário, mas competentíssimo na estreia política. Deu um banho em todos os concorrentes e fez a legenda praticamente sozinho. Uma contradição que desafia os cientistas palpiteiros de plantão explicarem. Máximo deu literalmente uma touca na coluna, nos concorrentes e na saúde. E com a competência que lhe faltou na gestão pública.

ALVO

Um deputado estadual reeleito vai ter problema muito antes do que imagina os seus eleitores. Nos bastidores há quem sussure que ele sequer consegue a diplomação. Os fatos que este cabeça ouviu são de arrepiar. A ver.

ASSUIDADE

Esta coluna vai passar a ser publicada duas vezes por semana, terças e sextas. O trabalho será dobrado, mas as autoridades serão incomodadas em dobro.

sicoob

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