Neto mostra denúncia formalizada pelo MP contra os dois políticos / Foto: Extra de Rondônia

A Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público (MP) de Rondônia apresentou denúncia contra Gislaine Clemente (Lebrinha) e José Eurípedes Clemente (Lebrão) acusados por suposta corrupção.

O caso refere-se à operação “Reciclagem” realizada pela Polícia Federal (PF) no ano passado e envolveu vários prefeitos e também o deputado estadual “Lebrão” e sua filha, “Lebrinha”, ex-prefeita de São Francisco do Guaporé e presidente do consórcio CIMCERO que administra o contrato de coleta e transporte de lixo hospitalar em vários municípios de Rondônia.

Na denúncia, o MP, dentre os vários crimes, afirma que “Lebrão” e “Lebrinha”, de forma combinada, pediram R$ 2 milhões de propina ao empresário Fausto Silva, de Vilhena, para ter o contrato renovado.

Na ação que tramita no Tribunal de Justiça (TJ), em face do foro privilegiado de “Lebrão” dado sua condição de deputado estadual, julgou em agosto de 2022, o pedido de rejeição da denúncia do MP, apresentado pela defesa de “Lebrão” e “Lebrinha”, na tentativa de receber absolvição sumária sem prosseguimento da ação penal. Contudo, o TJ negou o pedido e determinou seguimento do curso normal da instrução criminal.

Em entrevista ao Extra de Rondônia, o advogado Caetano Neto, presidente da Associação de Defesa dos Direitos da Cidadania em Rondônia, disse que acompanha o caso desde o ocorrido da operação “Reciclagem”.

“Lebrão” e “Lebrinha” apareceram, em rede nacional, recebendo dinheiro das mãos do empresário e que seria de propina, conforme apurou a Polícia Federal.

O causídico disse que fez vários pedidos, à Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE), de afastamento do parlamentar, porém sem êxito. “Embora permissivo juridicamente o pedido de rejeição, de certo, evidencia o interesse em atrasar a instrução criminal. Contudo, o TJ não acolheu,  o que indica haver evidências e, de certo provas, apresentadas pelo MP, resultado da operação pela Polícia Federal, do cometimento dos crimes tipificados na denúncia sendo que, a  instrução criminal tem seu prosseguimento e haverá ao final julgamento do caso”, disse Caetano.

Ele complementou: “Se condenados por todos os crimes constantes na denúncia, a pena, e aplicados a dosimetria, pode passar de 20 anos de cadeia”.

Na eleição do último domingo, 2, “Lebrão” foi eleito deputado federal e “Lebrinha” deputada estadual.

sicoob

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