Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (04) com alta forte nas bolsas de Nova York e Londres.
O dia foi marcado por suporte do petróleo e câmbio no financeiro, ajustes, além da incerteza sobre a política de exportação da Índia.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York saltou 1,30%, cotado a 18,71 cents/lb, ficando próximo das máximas de três semanas, com pico em 18,82 cents/lb e mínima de 18,48 cents/lb.
Em Londres, o primeiro contrato teve valorização de 0,58% no dia, a US$ 539,00 a tonelada.
Na semana, o principal vencimento no terminal norte-americano saltou mais de 4%.
O mercado do petróleo chegou a saltar cerca de 5% nesta sexta-feira nas bolsas externas à medida em que o dólar recuou e os riscos de oferta persistem no mercado. Além disso, também há suporte relacionado com ajuste de posições ante as perdas vistas ontem.
“Os preços mais fortes do petróleo bruto aumentam o etanol e podem levar as usinas de açúcar do Brasil a desviar mais da moagem de cana para a produção de etanol em vez de açúcar, reduzindo assim a oferta”, explica o site internacional Barchart.
O câmbio também impactou nos preços do adoçante nesta sexta-feira. O dólar comercial tinha queda expressiva sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações e dá suporte aos preços externos das principais commodities cotadas em dólar.
Da Índia, os operadores do mercado do adoçante esperam por informações relativas às cotas de exportação.
“Os negociantes observaram que o mercado ainda está esperando por notícias da Índia, um grande produtor de açúcar, sobre a quantidade de açúcar que permitirá que os comerciantes embarquem nesta temporada, além de haver incerteza sobre a produção do Brasil”, destacou a agência de notícias Reuters.
As chuvas nas últimas semanas impactaram a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, de acordo com dados das indústrias nos últimos dias. A condição, porém, tende a beneficiar os canaviais da temporada 2023/24, o que é um fator baixista.
MERCADO INTERNO
Os preços internos do açúcar seguem próximos de R$ 130 a saca, apesar de oscilação entre altas e baixas. Segundo analistas, a demanda está aquecida e as últimas quinzenas no Brasil têm registrado impacto na moagem por conta das chuvas.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve queda de 0,19%, a R$ 128,83 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 145,00 a saca – estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,97 c/lb – estável.