Claudia de Jesus / Foto: Divulgação

Paranaense de Loanda, no Paraná, e moradora de Ji-Paraná desde a infância, Claudia de Jesus se elegeu deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e será a única representante da legenda na Assembleia Legislativa a partir de fevereiro.

Experiente em política, tanto pelo aspecto familiar, sendo filha do ex-deputado federal Anselmo de Jesus, que concorreu este ano ao cargo de vice-governador, Claudia já exerceu mandato na Câmara Municipal de Ji-Paraná, tendo sido também secretária de agricultura na mesma cidade, onde ainda concorreu a prefeita.

A deputada eleita tem forte ligação com a agricultura familiar e é formada em Administração, com pós-graduação em Gestão Pública.

Ciente de seu papel de importância neste momento da política nacional e regional, Claudia se mostra segura e comprometida com o desafio que a espera a partir de fevereiro, e falou sobre o que pretende realizar no mandato legislativo nesta entrevista exclusiva ao EXTRA DE RONDÔNIA

EXTRA DE RONDÔNIA – Deputada como avalia o desafio de estrear na política com cargo eletivo num Parlamento onde fará parte da minoria, pelo menos no que diz respeito ao alinhamento político com o governo estadual?

CLAUDIA DE JESUS – Sei que terei pela frente um mandato desafiador, não será uma missão fácil. O povo tem muitas demandas, estaremos levando ao Parlamento várias reivindicações, e tenho consciência de que de que há uma grande expectativa popular em torno de nosso trabalho, até mesmo derivado de meu histórico de vida e trabalho. Entretanto, estivemos alinhados ao governador que se reelegeu no segundo turno e temos também a convicção de que haverá espaço para o diálogo e que as necessidades da população deverão ficar acima de diferenças de pensamento de ordem ideológica. Acredito que enquanto parlamentar irei buscar meios de exercer um mandato produtivo, que atenda a nossa agenda de campanha e traga benefícios ao Estado.

EXTRA– O que a senhora espera em termos de gestão com relação as pautas que defendeu em campanha por parte do governador Marcos Rocha?

CLAUDIA – Nossas pautas comtemplam demandas dos setores mais vulneráveis da sociedade, como a mulher, crianças, idosos e tantas outras. Tenho certeza que são temáticas às quais o governador será sensível, e certamente questões como mobilidade, saúde, educação e ação social estarão entre as prioridades da gestão de Marcos Rocha, atém mesmo por uma questão de coerência diante dos compromissos de campanha firmados por ele com a população. Tenho certeza que as agendas que temos em comum serão construídas e desenvolvidas em sua plenitude, pois no final nós buscamos a mesma coisa, que é melhorar as condições de vida do povo de nosso Estado

EXTRA – Qual será a sua incumbência em termos de interlocução entre o governo de Lula e o Estado de Rondônia, uma vez que, pelo menos em princípio, a bancada federal rondoniense estará na oposição ao governo?

CLAUDIA – Estarei totalmente à disposição para ser interlocutora entre o governo do Estado e o governo federal, uma vez que sou a única parlamentar do PT, partido do presidente eleito, que conseguiu assegurar presença na Assembleia Legislativa. Estamos vivendo um momento de transição, mas estou consciente de que terei uma missão importante no sentido de intermediar o diálogo entre as autoridades de nosso Estado com o governo federal até mesmo por uma questão de lógica. Estou pronta para encarar este desafio, e reafirmou minha disposição de ser um instrumento para o bom entendimento entre o governo de Rondônia e a União na busca de ações que venham ao encontro de nossas demandas.

EXTRA – Sendo um Estado predominantemente Bolsonarista, com esmagadora maioria das lideranças políticas regionais e municipais alinhadas ao presidente derrotado, o que o rondoniense deve esperar do Governo Lula para a população?

CLAUDIA – Quando foi presidente Lula já demonstrou que governa para todos os brasileiros, e que passado o período eleitoral chega o momento de trabalhar. Tenho certeza que o presidente voltará o olhar às demandas dos mais necessitados, e quero já tranquilizar a todos quanto ao respeito ao ser humano, o cidadão brasileiro e rondoniense, as pessoas em geral, independente de ideologia. Não haverá perseguição ou revanchismo, e tanto ele em Brasília quanto eu aqui em Rondônia iremos trabalhar para a população em geral na busca de soluções aos problemas que afligem a comunidade.

EXTRA – A senhora terá alguma participação na definição da composição de cargos federais aqui em Rondônia?

CLAUDIA – Nesta fase de transição a Executiva Estadual do PT está buscando seu espaço e certamente estaremos lutando para conquistar posições que nos permitam implementar as políticas públicas que defendemos.

EXTRA– O seu pai é um homem de vasta experiência política, inclusive tendo exercido tanto mandatos eletivos parlamentares quanto cargos importantes no Executivo. Ele terá alguma participação efetiva e oficial em seu mandato?

CLAUDIA – Meu pai é um grande exemplo para mim na política, um professor e um modelo. Com ele aprendi a importância da política na vida das pessoas, e certamente ele estará me apoiando, não com cargos, mas com o companheirismo e apoio. Ele já é o meu ‘assessor voluntário’, e contarei com a sua experiência no sentido de ter um desempenho melhor nesta função de enorme responsabilidade em que estarei a partir de fevereiro.

EXTRA – Fale sobre seus projetos e metas de ação que pretende implementar através de seu mandato parlamentar na Assembleia Legislativa.

CLAUDIA – Percorri 80% dos municípios de Rondônia na campanha, participando de inúmeras reuniões e debates, levantando demandas. Meu compromisso é ser a voz do povo nas mais diversas áreas da administração pública, promover audiências públicas para envolver a comunidade no debate dos temos de interesse público, atuar na fiscalização e buscar soluções de demandas históricas. É o caso da saúde, por exemplo, setor para o qual defendemos a descentralização, com a criação de um polo em Ji-Paraná, o enfrentamento à violência contra as mulheres, na Educação discutir a questão da instalação de uma universidade estadual; e ainda defender as agendas da agricultura familiar. E, evidentemente, atuar no sentido de encaminhar emendas para o atendimento de necessidades pontuais e específicas dos municípios.

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