Ao menos quatro ministros do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016.
À época, André de Paula, agora titular da Pesca e Aquicultura, e Juscelino Filho, chefe da pasta das Comunicações, eram deputadoes federais e votaram a favor do impedimento da petista.
Simone Tebet, atual ministra do Planejamento e Orçamento, era senadora e também concordou com a deposição de Dilma.
Carlos Fávaro, titular da Agricultura e Pecuária, era vice-governador de Mato Grosso à época da votação do impeachment, mas participou de manifestações populares pelo impedimento de Dilma, inclusive com postagens nas redes sociais.
Os três ministros que eram do Congresso Nacional em 2016 — Simone Tebet, André de Paula e Juscelino Filho — também votaram, em 2016, a favor do teto de gastos, modificado por Lula ainda na fase de transição do novo governo por meio da PEC (proposta de emenda à Constituição) do estouro, que tem a finalidade de bancar promessas de campanha como o Bolsa Família a R$ 600 mais R$ 150 para cada criança de até 6 anos das famílias beneficiárias.
Entre os parlamentares que hoje são ministros de Lula e que votaram pelo impeachment de Dilma, as justificativas para o ato concentravam-se em princípios morais. Durante seu voto, André de Paula destacou “a ética e a decência” na política.
Juscelino Filho atribuiu a posição a “um futuro melhor para o nosso Brasil”, enquanto Tebet citou “consequências nefastas a esta e às futuras gerações que pagarão esta conta, fruto dessa irresponsabilidade fiscal, por todo o mal que causou e está causando à população brasileira” e à “esperança de melhores dias”.
Em 2016, em reação à deposição de Dilma Rousseff, aliados da então presidente e de Lula chamaram de golpe o processo que institutiu Michel Temer (MDB) como presidente.
Na mesma linha, os apoiadores dos petistas, inclusive de movimentos sociais, classificaram a medida que limitava os gastos públicos de “PEC do fim do mundo” e “da morte”.