Segundo o IBGE a população vilhenense encolheu; as prévias apontam 8.918 pessoas a menos

Desde que a primeira contagem da população de Vilhena — entre estimativas e censos demográficos — começou a ser realizada em 1970 [na época, a localidade ainda era distrito de Porto Velho], é a primeira vez na história que o número de moradores caiu, conforme a prévia do Censo 2022 apurada até 25 de dezembro do ano passado.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população vilhenense encolheu; as prévias apontam 8.918 pessoas a menos do que os números estimados em 2021. Oficialmente, Vilhena passa a ter 95.599 habitantes. Entretanto, a apresentação do relatório final está prevista para março. Os dados finais ainda podem sofrer alterações.

Como o município decresceu, a princípio, cerca de 8,6%, este será o impacto provável do FPM (Fundo de Participação do Município), recurso repassado pelo Governo Federal. Em 2022, o FPM local foi de R$ 51,1 milhões/ano.

As informações divulgadas foram entregues pelo IBGE ao TCU (Tribunal de Contas da União) para fins de cálculo da nova distribuição do FPM. A tabela com a prévia da população para cada município foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Mesmo com a suposta queda populacional, o município de Vilhena mantém-se na quarta posição entre os mais populosos do Estado, atrás de Porto Velho, Ji-Paraná e Ariquemes — nesta ordem. Vilhena não foi o único “privilegiado” com o “encolhimento”. A capital, por exemplo, foi a que mais sentiu o baque: tem menos 87.304 habitantes. No total, Porto Velho ficou com 461.748.

No geral, um grande número de cidades diminuiu de tamanho. Essa é a realidade de 40% dos 5.570 municípios brasileiros, conforme o IBGE. Ao longo da BR-364, em Rondônia, as cidades que mais cresceram foram Ji-Paraná (saltou de 131.026 para 136.825, consolidando-se como a segunda maior do Estado) e Cacoal (de 86.416 para 92.202, aproximando-se ao tamanho de Vilhena).

Os 52 municípios que formam o estado de Rondônia somam 1 milhão e 843 mil moradores; crescimento tímido de 28 mil habitantes se comparados os números da prévia do Censo de 2022 e aqueles da estimativa da 2021.

APARÊNCIAS QUE ENGANAM

Pelas aparências, a impressão é que a movimentação de Vilhena é intensa e a cidade não para de crescer. O setor de construção civil — que é um termômetro — está aquecido, como mostram os dados oficiais: crescimento de mais de 10% em 2022 em relação ao ano anterior, conforme mede a arrecadação do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis, operado pela Secretaria Municipal de Terras.

São vários bairros novos em construção no município, deixando à mostra o desenvolvimento e o clima de otimismo em vigor na cidade que é considerada a “capital” do Cone Sul. Além dos moradores fixos, Vilhena tem uma imensa população flutuante; tornou-se, inclusive, “cidade universitária” nos últimos anos e recebe muitos estudantes que moram aqui no período da faculdade.

Supunha-se que o município teria bem mais de 100 mil habitantes considerando, ainda, o êxodo das cidades vizinhas. A maioria dos retirantes dos demais seis municípios que compõem o Cone Sul teria Vilhena como um dos destinos principais por conta de melhores condições: localização estratégica, logística, lazer, emprego, estrutura urbana e oferta de mais serviços públicos, principalmente na saúde e na educação.

O fator principal para justificar o declínio da população é a queda na taxa de natalidade. Para manter o tamanho no longo prazo, é necessário, no mínimo, uma média de 2 filhos por mulher. Em 2010, o número já estava abaixo desse patamar: 1,9.

A pandemia de covid-19 contribuiu para que o ritmo de crescimento caísse ainda mais, devido à alta na mortalidade e a queda no número de nascimentos, por motivos comportamentais, como o adiamento da gravidez e o isolamento social.

BRASIL VERSUS VILHENA

Os índices de densidade demográfica vilhenenses ficaram 21% acima dos do país, desde o início do atual milênio, em 2001. No mesmo período, o crescimento local foi de 42,15%. Isso até 2021. Agora, no censo atual, houve um revés. O declínio substancial de Vilhena não reflete a realidade brasileira; o país cresceu pouco, mas cresceu: 0,7%.

Desde o Censo de 1960, a taxa de crescimento vem caindo de forma contínua, mas nunca antes havia sido tão baixa quanto a atual. A população do Brasil agora é de 208 milhões, de acordo com a prévia.

sicoob

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