As duas unidades das Americanas em Vilhena fazem parte de uma rede constituída de 3.601 unidades espalhadas por 900 cidades brasileiras, além das vendas pela internet. Com as notícias dos últimos dias, de falência iminente, o clima é de instabilidade.
Mas a empresa nega que pretende fechar as portas. Por meio de nota, as Americanas informaram que seguirão “operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, cujo um dos objetivos principais é a própria manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com seus fornecedores e credores e investidores de forma geral”.
Em Vilhena, as Americanas chegaram há mais de 8 anos. A maior loja, localizada à rua Geraldo Magela — ao lado da Praça Nossa Senhora Aparecida — tem 1040 m² e vem demonstrando uma movimentação abaixo do normal. Apenas três caixas funcionam e algumas mercadorias não têm sido repostas, principalmente na área de vestuário.
O número de empregados nas duas lojas locais gira em torno de 20. Porém, os dados precisos a empresa não divulga. Ouvida pelo EXTRA DE RONDÔNIA, uma fonte — que prefere não ser identificada — disse que o clima entre os funcionários é de preocupação por causa das notícias negativas envolvendo o nome da rede.
Não são apenas os funcionários que estão apreensivos. As Americanas têm 53 milhões de clientes ativos em todo o Brasil. A gigante do varejo, a quinta maior do país, é uma típica loja de departamentos; também vende no atacado. “Eu venho aqui na loja às vezes só pra passear e ver as novidades”, conta ao EXTRA a dona de casa Mariene Gonçalves, 39.
A loja faz jus ao seu slogan: “Tudo que sua casa precisa”. De brinquedos a roupas, de cosméticos a bebidas e gêneros alimentícios, de utensílios domésticos a ferramentas, de bicicletas a eletrônicos, são 80 mil itens comercializados. Geralmente, a varejista está presente em shoppings e endereços distintos.
“Algumas coisas, como cosméticos por exemplo, são mais caros que nos supermercados. Mas outros artigos, como confecções, aqui são em conta”, narra a estudante Vanessa Nunes, 21. Ela é moradora do bairro Cristo Rei, onde há várias outras lojas, “mas prefiro vir aqui, pelo preço, variedade e também para passear”.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Nesta quinta-feira (19) as Americanas S/A — empresa fundada há 94 anos em Niterói (RJ) por quatro estadunidenses e um austríaco — entrou com um pedido de recuperação judicial, na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
A requisição, feita em caráter de urgência, serve para manter a solvência apenas oito dias depois da descoberta de inconstâncias contábeis nos balanços.
O juiz Paulo Assed Estefan aceitou o pedido de recuperação judicial das Americanas. Ele deu prazo de 48 horas para que a empresa apresente a lista completa de credores e o detalhamento da dívida.
A empresa teria cerca de R$ 800 milhões em caixa e, nesta quinta, declarou dívidas de R$ 43 bilhões com um total de 16.300 credores.