Encontro realizado ainda no ano passado, através de iniciativa do Zootecnista Ênio Milani, colocou frente a frente produtores, autoridades municipais e o novo gestor da Secretaria de Estado da Agricultura, Luiz Paulo da Silva Batista, ocasião em que foi discutida a revitalização da cadeia do leite com vistas a reverter a decadência do setor.
Segundo Milani, foi a primeira vez em que um representante do governo estadual conversou com todos os componentes do setor, “desde o produtor aos agentes públicos”, em muitos anos, sinalizando que há uma perspectiva de reverter a forma do Estado atuar na questão, “pois antes um burocrata de gabinete decidia o que era melhor para o setor, sem ter o cuidado de vir na base ouvir o que os produtores e gestores municipais demandavam, resultando numa política pública equivocada e descontextualizada da realidade”.
A reunião aconteceu em dezembro passado, e agora se espera que o encontro frutifique sob a forma de elaboração de ações que de fato atendam as necessidades do setor, sendo elaboradas a partir dos dados que foram coletados na ocasião e na troca de informações com empresários e gestores da cadeia do leite.
“O secretário que assumiu o cargo para esta gestão tem outra visão, e deve estar em contado permanente com produtores, autoridades municipais e técnicos para organizar e atender a cadeia do leito, visando tornar o setor mais uma vez rentável tanto para quem produz quanto ao Estado, fortalecendo a economia dos municípios e também a de Rondônia”, argumenta Milani.
Para que isto se viabilize é preciso trabalhar em três eixos: alimentação dos animais, manejo e melhoramento genético. “Mas o ingrediente principal deste tripé é a alimentação, então é preciso apoio neste aspecto para que o produtor melhore o padrão da comida do gado leiteiro, pois isso tem impacto direto e imediato na produção”, explica.
Milani ensina que a silagem é fundamental para que se melhore a alimentação dos animais, então é preciso que o governo entregue aos produtores, através das prefeituras, maquinaria adequada para o cultivo das plantas que compõem a ração, posto que os tratores encaminhados na gestão passada da secretaria não atendiam a tal demanda.
O Estado também precisa estar em sintonia com as administrações municipais através de seus agentes de atuação, como a EMATER, para manter e aprimorar o melhoramento genético, assim como atuar no fomento através da entrega de sementes de milho de espécie específica para silagem, além de outros produtos.
“É preciso sair da mesmice, investir em tecnologia e conhecimento, mas, acima de tudo, dialogar com toda a cadeia produtiva. Todos querem modernizar e profissionalizar o setor de produção leiteira, mas faziam quase dez anos que a SEAGRI não dialogava conosco, apenas impunha sua política de cima para baixo. Com a chegada de Luiz Paulo se cria um ambiente propício para uma mudança dos paradigmas, e a expectativa do setor é a melhor possível”, finaliza Ênio.