Eraldo Dal Posolo – diretor do SAAE Vilhena/Foto: Extra de Rondônia

Em abril do ano passado a prefeitura de Vilhena distribuiu 1.200 contêineres divididos em blocos de três unidades para coleta seletiva do lixo urbano de Vilhena.

Na semana passada, as lixeiras começaram a ser retiradas pelo SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) sob a alegação de que elas estariam causando transtornos, prejuízos financeiros e não atendendo aos propósitos iniciais.

“Estamos retirando tudo para uma adequação do projeto. A prefeitura, na administração do Eduardo [Japonês], colocou os contêineres nas ruas de forma equivocada e sem respeitar as etapas definidas”, afirma o diretor do SAAE, Eraldo Dal Posolo.

Ainda segundo Eraldo, o projeto custou cerca de R$ 3 milhões de reais. Com recursos públicos do Governo Federal, a prefeitura adquiriu as 2.400 lixeiras e instalou a metade. O restante está guardado. “Outras 2 mil deveriam ser adquiriras, somando mais de 4 mil contentores”, informa o SAAE.

“Instalar os contêineres deveria ser a última etapa do projeto. Fizeram uma propaganda toda errada, infelizmente, sem obedecer às regras. Primeiro, são necessárias medidas como a construção de um galpão para reciclagem do lixo e a usina de compostagem”, esclarece o diretor da autarquia.

Outra ação que deve preceder o retorno dos Containers às ruas é o recuo das calçadas onde serão reinstalados. Do jeito que estavam dispostos, os contêineres atrapalhavam  o trânsito e ofereciam riscos de acidentes.

A prefeitura também não previu a limpeza periódica das lixeiras. A utilização de caminhões, produtos químicos e de pessoal  para garantir a higienização custou aos cofres públicos mais de R$ 110 mil por mês. Ou seja, houve um prejuízo de quase R$ 1 milhão de reais em nove meses, considerando a falta de efetividade da proposta — erro agora reconhecido, oficialmente.

A ideia anunciada era de que o projeto chamado “Separar para cuidar” garantiria a diminuição do volume de resíduos no aterro sanitário. “Mas como não há a separação aqui na cidade, a quantidade de lixo no aterro não foi alterada”, explica Eraldo, considerando que a medida foi uma “trapalhada”.

Na usina, existe um sistema de separação dos tipos de lixo. Mas abrange apenas 2% do total de tudo o que é coletado em Vilhena. A administração municipal anunciava, na época, que a coleta iria garantir a seletividade na casa dos 30%, e que isso diminuiria muito o impacto ambiental.

“Quando tudo estiver andando corretamente, vamos garantir que vá para o aterro somente o que for lixo de descarte. O objetivo é este. Precisamos do galpão, da usina de compostagem e, também, entregarmos as atividades a uma associação ou cooperativa”, anuncia o diretor do SAAE. Porém, ainda não há prazo para a conclusão das etapas. Por enquanto, os contêineres seguirão armazenados.

ÁGUA FICARÁ MAIS CARA

Aproveitando a conversa com Eraldo, o EXTRA DE RONDÔNIA procurou saber sobre os rumores do aumento da tarifa de consumo de água potável.

O diretor do SAAE confirma que haverá aumento, mas esclarece que o índice não está definido. “Não há reajunte desde 2016. Um poço artesiano custava R$ 40 mil há sete anos; hoje está na casa dos R$ 100 mil. Tudo subiu”, justifica.

Eraldo diz que está em fase de estudos a nova tarifa, bem como a instituição de um índice para ajustar, anualmente, a conta de água. “Como, aliás, já acontece com a coleta de lixo”, encerra o diretor.

sicoob

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