Falecido inesperadamente em setembro de 2021, aos 61 anos, por problemas renais [diagnosticado havia apenas 20 dias], o artista plástico e escultor Marcos de Sousa Araújo [ou D’Sousa, como ele assinava] deixou várias obras com a sua irmã, Sandra.
São esculturas feitas em metal, algumas delas já foram expostas em locais como a Fundação Cultural e o Sicoob.
“Cada um dos sete irmãos [remanescentes do total de 19] recebeu uma obra dele para ficar como lembrança. O restante eu coloquei à venda”, esclarece Sandra, que mora no bairro Jardim Aripuanã (antiga Cohab), onde estão guardadas as peças. Os interessados na compra podem entrar em contato com ela pelo WhatsApp 69 98402-6663.
Embora morasse em Vilhena havia apenas seis anos, o nordestino deixou familiares que vivem na cidade há mais de três décadas, como é o caso da própria Sandra.
Marcos era muito querido e respeitado no meio artístico e cultural vilhenense. Aprendeu artesanato aos sete anos de idade e foi aperfeiçoando sua arte. “Eu nunca busquei fama. Mas a possibilidade de mudar o olhar das pessoas com a minha arte que é feita de material reciclado; metais, madeiras. O lixo que vira luxo”, afirmou o saudoso artista, em entrevista.
Ele participava assiduamente das feiras de artesanatos de Vilhena e trabalhava na prefeitura. Antes, morou durante mais de 20 anos na Venezuela. Ele se deu bem naquele país, com sua arte reconhecida. Também foi premiado na Colômbia e expôs em diversos países da Europa. “Mas acabou sofrendo sanções políticas e perdendo tudo na Venezuela, até a casa e a loja que ele tinha no aeroporto”, conta Sandra.
Radicado em Vilhena, Marcos produziu trabalhados ímpares retratando um mundo encantado de bailarinas, crianças peraltas subindo em árvores, ciclistas, a mulher nua na rede… Inclusive, há uma bailarina feita em metal que o próprio artista doou para o acervo permanente da Fundação Cultural. Outras peças estão em posse de particulares, variando de utilitários como móveis e abajures a verdadeiras obras de arte.