Um imóvel localizado à avenida Celso Mazuti, em Vilhena, ficou muito danificado depois de um incêndio ocorrido no início deste mês, iniciado na cozinha do antigo Procon, que fica ao lado, (leia mais AQUI).
Na semana passada, mesmo em tratamento de saúde, a professora Doralice Mendes da Rocha, 70 anos, esteve no prédio e se emocionou com a cena de destruição. Ela chorou muito.
Tia Dora, como é conhecida, manteve uma creche no local, entre 1998 e 2018. A professora devolveu o espaço ao Governo do Estado depois que precisou se ausentar para um tratamento de câncer.
A diretora e idealizadora da Creche Tia Dora fez um trabalho marcado pelo envolvimento de muitos voluntários. Milhares de crianças foram atendidas durante duas décadas, graças aos esforços da educadora e de voluntários.
“A creche era a minha vida. O Governo exigiu que eu desocupasse o imóvel sob alegação de que implantariam lá o Bombeiro Mirim. Tudo o que eu ganhava, eu investia lá. Quando tive que fechá-la, reuni os pais e eles assumiram os cuidados com seus filhos. Mas algumas crianças continuaram atendidos em minha própria casa. Eu tinha o sonho de voltar com a creche, mas não deixaram”, conta Dora ao EXTRA.
Com o fechamento, o prédio passou a ser frequentado por moradores em situação de rua e usuários de drogas. A suspeita é de que o incêndio possa ter sido provocado por alguns deles.
“Tia Dora” fez questão de ver de perto a destruição de uma história marcada pelo amor ao próximo. No terreno da antiga creche, ela encontrou também a carroceria do antigo “trenzinho” que fez muitas crianças felizes.
“Aquele trenzinho, que felizmente não foi atingido pelas chamas, eu jamais vou vender. Retirei de lá. É a lembrança de um tempo bom, tempo de felicidade das crianças para as quais eu dedico minha vida”, garante a professora que tem seis filhos adotivos, além de outros seis biológicos.
Veja aqui no EXTRA as fotos de como era e de como ficou o prédio, agora abandonado.
