Dona Lúcia trabalha há 40 anos no ramo / Foto: Extra de Rondônia

A profissão de sapateiro, à moda antiga, está quase extinta. Mas em Vilhena ainda sobrevivem cinco desses profissionais. Entre eles, uma mulher: Lucilene de Souza, conhecida como Dona Lúcia, 59 anos.

Com o imóvel próprio, à rua Presidente Médici, esquina com Leopoldo Perez [que é também sua residência] — uma das últimas construções em madeira na região central da cidade — , a capixaba Dona Lúcia está na atividade há quatro décadas. “Eu aprendi a mexer com isso com meu então marido. A gente morava em Colorado do Oeste, foi lá que me casei e comecei a trabalhar com sapatos. Há uns 20 anos vim pra Vilhena e continuei”, conta ao Extra de Rondônia.

As antigas ferramentas, como o pé-de-ferro, o martelo e a máquina de costura, a profissional mantém do jeito que era. “Mas hoje é mais enfeite que fica aí no balcão. Não tem muita utilidade. Ninguém prega sapatos. Antes, havia solado de madeira, de couro e até de pneu. Ainda tem, mas tudo ficou diferente. Agora, a indústria faz tudo em série, com prazo de validade e com pouca durabilidade. Havia pouco sapato de material sintético ou de plástico. Era quase tudo de couro legítimo; mais rústico e feito para durar”, compara.

Mesmo com as mudanças no mercado, Dona Lúcia resiste e diz: “Não consigo dar conta de tanta demanda. Todo dia pego pelo menos um sapato pra consertar. Agora, tudo é na base da costura à mão e da cola, eu tive que me readaptar”, explica sentada à porta de sua oficina, enquanto conversa e dá os pontos em um tênis. Pelo serviço, cobrará R$ 50,00.

Para diversificar a atividade e garantir um lucro a mais, dona Lúcia também faz reparos em malas, bolsas, cintos e outros acessórios. “Faço tudo com capricho e tenho uma clientela certa, bem exigente e que gosta do meu trabalho”, anuncia.

Daquele lugar simples, a sapateira tirou o sustento e criou três filhos. Hoje, dois deles moram em outras cidades [um já faleceu]. Todos aprenderam o ofício, mas a moça trabalha no IFRO em Guajará-Mirim (RO) e apenas o rapaz continua no ramo. “Ele foi além. Não só conserta, mas também fabrica sapatos em Minas Gerais”, informa, com orgulho.

A oficina no centro da cidade de Vilhena / Foto: Extra de Rondônia
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