Em entrevista coletiva no início da tarde desta quinta-feira, 23, o prefeito de Vilhena, Flori Cordeiro (Podemos), disse que concorda com as determinações da Vigilância Sanitária, assim como tem ciência que o hospital privado tem dono, mas “foi obrigado” a tomar medidas extremas dado o colapso em que se encontra o sistema de saúde do município.
Sobre a iniciativa de acionar a Justiça após ter anunciado um acordo com as instituições que são proprietárias do Hospital “Cooperar”, Flori afirmou tratar-se de uma forma de deixar registrado nos autos a sua versão para os fatos, por acreditar que a juíza que concedeu a liminar foi “induzida ao erro”.
Porém, mesmo com a pendenga judicial, ele diz que o acordo feito entre o Município, a Unimed e a Sicoob/Credisul, através do qual essas entidades doarão produtos e equipamentos no valor de R$ 1 milhão, para suprir as demandas apontadas pela Agevisa, está mantido.
Entretanto, ele afirma que será impossível cumprir as determinações da Vigilância no prazo determinado, e, caso isso ocorra, ele está disposto a incorrer em desobediência. A rigor, isso já está acontecendo, como o próprio prefeito assume, pois, por sua determinação, o lacre que interditou a lavanderia do Regional foi rompido no mesmo dia em que aconteceu a intervenção e o setor está funcionando normalmente.
“Não dá para manter aberto o hospital sem a lavanderia funcionando e, caso se considere que estou errado, aceito até mesmo ser preso por desobediência, mas não vamos deixar a população de Vilhena sem atendimento”, afirmou.
Ele garante que está dando tudo de si para resolver problemas herdados de administrações passadas, que levaram o sistema ao colapso atual e ponderou que “não dá para resolver décadas de descaso com apenas dois meses de gestão”.
A coletiva, que aconteceu nas dependências da Câmara de Vereadores, foi acompanhada por diversos parlamentares, porém apenas o presidente Samir Ali (PODE) fez uso da palavra, dizendo que o Legislativo cumprirá o seu papel institucional, irá intervir sempre que entender que as coisas estão sendo feitas fora dos parâmetros estabelecidos pelas normas, assim como defenderá sempre o interesse da população, dos servidores e do diálogo como instrumento para superação de desafios.