Foto: Reprodução

Na última semana, as chuvas ocorreram de maneira mal distribuída no Rio Grande do Sul, com os volumes variando de 35 a 50 milímetros na média. Mesmo irregulares, as chuvas ajudaram a soja.

Apesar de ainda precisar de umidade, 85% da cultura já está largando flores ou vagens. Na região de Santa Rosa, há muitas lavouras com perdas irreversíveis e já aconteceram os primeiros acionamentos do Proagro. Segundo a Emater-RS, a situação é bem desigual no estado.

“Nesse momento, a gente já estima perdas superiores a 6 milhões de toneladas do que tínhamos previsto”, alerta o coordenador da área de culturas da Emater-RS, Elder Dal Prá. “No entanto, temos ainda chance de ter boas produtividades em algumas regiões. Nesses anos, as precipitações são heterogêneas. Nas regiões nordeste, dos campos de cima da serra e do planalto, nós temos uma safra quase que normal. E ainda temos a região leste, de Camaquã a Joaguarão, que podemos ter boas produtividades.

Na região de Bagé, produtores rurais aproveitam a umidade e, assim, fazem plantio e replantio Muitos, contudo, já desistiram e guardam os insumos comprados para a safra de inverno. Quem planta agora fica de fora do zoneamento agrícola de risco climático — e a lavoura não pode ser segurada.

“Teremos uma diminuição do potencial produtivo dessas áreas. Outra situação que agrava é a ocorrência de ferrugem asiática, que é a principal doença do cultivo [de soja]. Se começarmos a ter precipitações regulares e temperaturas não tão elevadas, nesses plantios tardios também podemos ter ocorrência de ferrugem e, como consequência diminuir, a produtividade. Os agricultores devem realizar o plantio mesmo fora de época? Devem! Mas devem ter ciência de que o risco é maior”, afirma Dal Prá.

Lavouras de milho e arroz no RS

arroz

Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini

No milho, a colheita avança. Até o momento 54% das lavouras já foram colhidas no Rio Grande do Sul. As de ciclo avançado têm as maiores perdas. Em Caçapava do Sul, por exemplo, 88% das lavouras são consideradas perdidas. Em Erechim, 40% das lavouras estão no enchimento de grãos. Na região de Ijuí, as lavouras semeadas em dezembro e janeiro estão em boas condições.

“O impacto não se dá só nesse cultivo, se dá em função da falta desse cereal para a alimentação de aves, suínos, gado de corte e leite” — Elder Dal Prá

“A região nordeste [gaúcha] é a exceção, mas o restante do estado tivemos perdas consolidadas de 80 a 90% na média de alguns municípios. E o milho é um grão que é transversal dentro das cadeias”, lamenta o coordenador da Emater-RS. “O impacto não se dá só nesse cultivo, se dá em função da falta desse cereal para a alimentação de aves, suínos, gado de corte e leite”, explica Elder Dal Prá.

No arroz, a colheita avança para 4% da área no Rui Grande do Sul. E há preocupação com as temperaturas abaixo de 10 graus registradas na semana passada, que podem interferir no potencial produtivo de lavouras na Fronteira Oeste e na Campanha.

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