“Um menino inteligente, alegre e que me trazia ânimo para enfrentar qualquer situação”. Assim era Heitor Lorenzo, segundo definiu o seu pai, o ex-presidente da Fundação Cultural de Vilhena, Djavan Santos.
Heitor foi sepultado às 15h deste domingo, 12, no Cemitério Cristo Rei, em Vilhena, debaixo de chuva. O pai fala em negligência médica.
Pouco antes de descer à sepultura o corpo da criança de 2 anos e 4 meses, Djavan desabafou: “Houve má vontade no atendimento ao meu filho no Hospital Regional”.
Heitor teve uma forte crise respiratória na quinta-feira, 9. A princípio, foi levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde não se chegou a um diagnóstico. Na manhã de sábado, 11, transferido às pressas para Ariquemes, a 510 km, onde há UTI infantil. Era tarde demais.
Ele já chegou morto, vítima de pneumonia nosocomial — Seus principais fatores etiológicos incluem bactérias colonizadoras e oportunistas da cavidade oral.
“É uma distância muito grande. A ambulância balançando daqui até Ariquemes. O meu filho em desespero. Tinha que ter ido muito antes. Teria dado tempo para salvá-lo”, desabafa Djavan.
Heitor é o primogênito do ex-presidente da Fundação Cultural. Ele tem outro filho: Théo, com 1 ano e 5 meses. O menino falecido estava matriculado na creche da Escola Municipal José Paulo Paes, no bairro Moysés de Freitas.
RECLAMAÇÃO AO PREFEITO
Algumas autoridades foram ao velório de Heitor Lorenzo ocorrido na capela mortuária do Cemitério Cristo Rei. Entre elas, o prefeito Flori de Miranda Jr., que ouviu queixas de Djavan.
O pai do menino não escondeu sua insatisfação com o atendimento médico e cogita ter havia negligência. Além de demorar para chegar ao diagnóstico, o SUS também teria burocratizado para a liberação da transferência do paciente.
“Eles estavam discutindo por diária, nenhum médico queria acompanhar. Valorizaram mais o dinheiro do que a vida. Parecem médicos formados pelo YouTube”, afirmou uma amiga da família enlutada.
O prefeito Flori ouviu as queixas de Djavan e afirmou que determinará a apuração do caso, por sindicância, desde que Heitor deu entrada na UPA até o triste desfecho do caso.