Alunos do 3º ano da Escola Estadual de Ensino Integral Marechal Rondon tiveram a oportunidade de participar de uma roda de conversa nesta quinta-feira, 13, com verdadeiros contadores de história em Vilhena.
Como parte do projeto de componente curricular eletiva “Em busca de nossas origens: de onde vem minha família?”, conduzido pela professora Janete Bledow, a direção da escola convidou algumas personagens da história e antigos moradores.
A convidada especial do projeto foi a professora Maria de Nazaré Silva, 73, uma expoente da cultura rondoniense, moradora em Porto Velho. Dona Nazaré encantou aos presentes relatando histórias e experiências como educadora e ativista cultural.
A mestra dirigiu o Museu de Gente [virtual], com depoimentos de 402 rondonienses dos 52 municípios, inclusive de Vilhena. Atuou também implantando bibliotecas, ajudou a fundar o Arraial Flor do Maracujá — um dos maiores eventos culturais do Estado —, entre tantas outras atividades. Dona Nazaré frequentou Vilhena desde 1976, a serviço da Educação, e conhece bastante sobre a história local e do Estado.
Outro convidado foi o mecânico Willi Appelt,74, que chegou jovem a Vilhena e foi um dos convidados a narrar sua saga. “A gente gastava semanas para chegar, sem parar para dormir em hotel. Era no ônibus mesmo, e ninguém reclamava. Havia muita felicidade, apesar das dificuldades”, recorda.
O pecuarista Ilário Bodanese, 73, catarinense, também contou um pouco sobre sua trajetória. Ele foi o vereador mais votado em Vilhena na primeira eleição que houve no município, em 1982. Ex-caminhoneiro, atuou em vários setores empresariais e articulou a instalação da UNIR (Universidade Federal de Rondônia) em Vilhena.
O professor Anísio Ruas, 58, mineiro de nascimento, trabalhou durante 30 anos na Escola Marechal. Querido pelos alunos, pôde compartilhar sua história que virou até livro. “Fui criado em internato, estudei e acredito que ter sonhos, estudar e ser bem relacionado são as receitas para vencer”.
Corina Ceni Carlotto tem 82 anos e desde 1976 mora em Vilhena. Além de falar de suas vivências na cidade, as “aventuras” que consistiam viver em uma cidade em construção, dona Corina disse aos estudantes que o conhecimento da história também exige compromisso. “É preciso zelar daquilo que temos de importante, como é o caso dos recursos naturais, o cuidado com a água e as nascentes”, disse.
INTERESSE E TALENTO DOS ALUNOS
Os alunos demonstraram bastante interesse nas falas dos participantes e foram interativos. Alguns afirmaram que gostariam de conhecer mais de perto os monumentos históricos do Estado e sonham viajar, em grupo, para Porto Velho para uma visita ao Museu da Memória e o Memorial Rondon.
Os estudantes estão escrevendo sobre suas genealogias. Um deles, Caio Vinicius Marinheiro Florêncio, mostrou alguns de seus escritos e desenhos. O sonho do rapaz de 17 anos é ser escritor. É apaixonado por história e tem muito talento tanto para a escrita quanto para as artes visuais.