Humberto Lago

Há um país europeu que deseja adquirir cinco aeronaves da Embraer, negócio esse no valor estimado de US$ 500 milhões. Estou acompanhando o assunto pela internet, com muito interesse, mesmo não tendo nada a ver com minha profissão.

A vida nos traz ensinamentos importantes e valiosos, diariamente. Basta estarmos atentos ao que se passa nos mercados e ter espírito crítico. Algumas coisas têm chamado minha atenção, as quais compartilho com os amigos leitores (as):

1.- Esse país manifestou, formalmente e de público, seu interesse na aquisição dos aviões;

2.- A seguir, informou que faria a compra mediante um processo de concorrência pública;

3.- Continuando, o país pediu a três fornecedores as especificações e características principais de seus produtos, tais como preço, prazo de entrega, índices de desempenho (para poder analisa-los melhor e de forma técnica);

4.- As autoridades aeronáuticas dessa nação definiram os pré-requisitos fundamentais do avião que irão comprar, para a emissão da proposta de compra; e

5.- Também foi anunciado que a formalização da compra seria feita no primeiro semestre de 2024 e que a entrega dos produtos deveria ocorrer até 2030.

A última notícia que ouvi, na semana passada, foi que uma delegação desse país já está no Brasil, para iniciarem as conversações técnicas (comprador x vendedor). Por se tratar de um avião lançado no mercado há pouco tempo, é natural que o comprador queira fazer uma aquisição acertada e segura. Existem responsabilidades e expectativas em jogo. Chamou minha atenção que tudo está tão bem planejado, claro e levado ao conhecimento público.

A organização e o planejamento, tão comuns nas nossas empresas, está claramente exibida nesta operação, seguindo o cronograma e implementadas passo a passo. Há uma boa perspectiva de que o produto brasileiro venha a ser escolhido. Vale lembrar que avião é um produto com vida útil de pelo menos 20 (vinte) anos.

Poder trabalhar na indústria aeronáutica é um desafio maiúsculo. Participar das disputas do mercado internacional é para poucos. Somente os capazes, eficientes, competitivos e detentores de produtos com boa performance, podem vencer. A transparência, a concorrência, a lucratividade do produto e o retorno do investimento, trazem desafios significativos, nesse ramo de negócios.

Há empresas que tem no seu DNA a qualidade, a ética, a exposição ao risco, o comprometimento com o desempenho. Devemos nos orgulhar da capacidade de nossos engenheiros, do poder de inovação de nossos compatriotas, da gestão operacional e estratégica. É possível ser um vencedor no mercado aeronáutico, com trabalho e fé. Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.

sicoob

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