Os moradores de Vilhena, principalmente, as famílias com residências nas imediações da empresa Santa Edwirges Industria, Comércio de Resíduos Orgânicos de Juína LTDA, denunciaram junto às autoridades de Vilhena o “mau cheiro” que já algum tempo vem incomodando a população.
Segundo as denúncias, o odor estaria saindo da Santa Edwirges que atua na preparação de subprodutos do abate de frigoríficos, fabricação de alimentos para animais, coleta de resíduos não perigosos, tratamento, disposição de resíduos não perigosos, no comércio atacadista de couros, lãs, peles e outros subprodutos não comestíveis de origem animal.
A unidade da empresa em Vilhena fica na linha 06, zona rural e o “mau cheiro” está provocando mal-estar às famílias dos bairros Orleans, Alphaville, Assossete e Florência e outros pontos da cidade. “O odor é tão forte que é sentido até no centro da cidade”, disse uma moradora do bairro Nova Vilhena em um programa de rádio local.
Na manhã de quinta-feira, 25, o prefeito Flori Cordeiro, que está em viagem na capital do Estado, solicitou à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) que tomasse as devidas providências quanto à busca de uma solução para o impasse.
Imediatamente, a secretária, Vera Lucia Borba Jesuíno, convocou o gerente da Santa Edwirges, Cleiton Santiago, para uma reunião em caráter de urgência no Paço Municipal.
Além do gerente da empresa e da secretária de Meio Ambiente, participaram da reunião o chefe de gabinete, Humberto Martins, o procurador do município Bartolomeu Alves da Silva, o secretário de Turismo, Industria e Comércio, Dirceu Hoffmann, a diretora de Vigilância Sanitária, Edvaneide Caçula, o fiscal da Vigilância Sanitária, Samuel Alves Barreto, o engenheiro ambiental, Marco Guilherme Lima Nascimento, e o biólogo, Rafael Augusto Fonseca.
O encontro foi dirigido pelo chefe de Gabinete que ressaltou a importância da empresa em Vilhena na geração de emprego e renda, mas levantou questionamentos sobre o porquê da poluição do ar com fortes odores causando várias manifestações de populares que querem posicionamento da prefeitura e dos órgãos competentes municipais como a SEMMA e Vigilância Sanitária.
“Nós não queremos que a empresa feche as portas, isso seria em última instância, se os responsáveis não providenciarem uma solução para o problema que atenda às necessidades dos moradores”, comentou Humberto Martins.
O chefe de Gabinete alertou ao gerente da empresa que a Santa Edwirges tem um prazo de até 15 dias, mas que já deve iniciar o quanto antes a evitar que o odor se alastre por toda a cidade, ou mesmo, que o ‘mau cheiro’ seja extinguido completamente para não provocar danos à saúde dos munícipes.
A secretária da SEMMA disse que os fiscais ambientais visitaram o local no mês de março e constaram que a empresa atua na fabricação de subprodutos orgânicos de origem animal, e que o odor gerado é típico da atividade, mas que se propaga pela circunvizinhança principalmente por causa da emissão de gases lançados na atmosfera durante o processo, mesmo tendo implementado sistemas de tratamento de gases para coibir a emissão dos odores.
Na ocasião, Cleiton Santiago comentou que o mal cheiro se intensificou pelo fato de que um dos equipamentos sofreu entrada de ar e não dosou adequadamente a química utilizada na neutralização do sangue que é coagulado na empresa. “Desse modo, todo o sangue que se encontrava na máquina passou pelo processo de coagulação sem ter recebido a quantidade necessária de produtos que neutralizariam o odor”, justificou o gerente.
Durante a reunião na prefeitura, Cleiton Santiago afirmou que neste final de semana e empresa recebe a visita de um técnico ambiental para identificar o foco do problema e para uma solução imediata. “Vamos comunicar aos fornecedores que não receberemos por enquanto os subprodutos e as atividades de processamento serão desativadas até a avaliação do técnico ambiental”, reforçou o gerente.