O Palmeiras foi eliminado pelo segundo ano consecutivo da Copa do Brasil pelo São Paulo.
Clube que impõe a lei do silêncio pagou por não repor as contratações de Danilo e Scarpa. Abel implora reforços desde 2022.
Assim que David colocou a bola na rede de Weverton, virando o clássico e garantindo a classificação justíssima do São Paulo para a semifinal da Copa do Brasil, com outra vitória por 2 a 1, as organizadas do Palmeiras passaram a cobrar a diretoria.
A eliminação dentro do Allianz Parque lotado demonstrou que tanta reclamação do clube contra a arbitragem, contra o “sistema” que impediria o Palmeiras de vencer outra vez o Brasileiro, foi apenas fumaça.
O silêncio imposto por Leila Pereira aos jogadores e ao treinador Abel Ferreira não encobriu a realidade.
O que acontece, de verdade, é que o Palmeiras paga pelo esgotamento do seu elenco.
A conquista do Campeonato Paulista enganou os tolos, precipitados, torcedores sem capacidade de enxergar além.
Nos últimos sete jogos, o Palmeiras venceu apenas um.
A saída de Danilo e a de Gustavo Scarpa não foram reparadas.
Os jogadores que chegaram ao lugar deles são muito inferiores tecnicamente.
Richard Rios se mostra apenas um volante esforçado, não onipresente, como Danilo.
E Bruno Tabata fracassou de tal maneira que já foi negociado, por empréstimo, com o Qatar SC, clube do Oriente.
“Vergonha, vergonha, vergonha, diretoria sem vergonha” (coro da torcida).
Abel Ferreira cansou de pedir reforços à presidente Leila Pereira, no início da temporada.
Mas ela se deixou levar pelas conquistas do Brasileiro e do Paulista, em seguida.
E seguiu forte na filosofia de investidora.
Para não gastar, não investiu em jogadores formados, talentosos, que são caros.
Trouxe promessas ou atletas baratos.
E acreditou que a base do Palmeiras, atletas ainda em formação, resolveria a situação.
Ela não foi convencida por Abel Ferreira do tamanho das perdas de Danilo e Gustavo Scarpa. Fora a necessidade de um real “camisa 9”, expressão que ela tanto odeia, pelas inúmeras vezes que ouviu.
Mas não mostrou competência para contratar um artilheiro.
“Não é mole, não. Libertadores não é mais que obrigação” (coro da torcida).
Conselheiros próximos a Leila também insistiam para que ela agisse, contratasse, se preocupasse menos com a briga jurídica com a WTorre e pensasse mais na equipe.
Leila tem no executivo Anderson Barros o seu escudo. Ele age de acordo com o que deseja a presidente. Levou o pedido de Abel Ferreira por reforços importantes, formados. Mas fez questão de repetir várias vezes a Leila que a base do Palmeiras hoje é a melhor da América do Sul. E é verdade.
Mas um clube que deseja se impor, conquistar de novo a Libertadores, sonhando com o inédito Mundial, precisa buscar jogadores vividos e que ofereçam a Abel a certeza de opções táticas confiáveis. E não apenas apostas.
A contratação de Artur foi um acerto, mas tardia para a Copa do Brasil. Ele já queria voltar a jogar no Palmeiras desde o fim do ano passado, mas a negociação com o Red Bull Bragantino só aconteceu depois do Paulista, quando ele já tinha atuado pelo time interiorano na Copa do Brasil.
“Ô, Leila, incompetente, pegou o Palmeiras pra brincar de presidente” (coro da torcida).
Leila se cansou de repetir a conselheiros que pedem novas contratações que o grande reforço seria a manutenção do elenco titular.
Houve sondagens para Gustavo Gómez, Raphael Veiga e Rony. E, realmente, Leila não abriu negociação.
Abel Ferreira é muito fiel.
Sabe muito bem que o Corinthians, então de Fernando Lázaro, o São Paulo, então de Rogério Ceni, e o Santos, então de Odair Hellmann, não eram parâmetros.
Que a chave que o Palmeiras caiu na Libertadores, com Bolívar, Barcelona de Guayaquil e o Cerro Porteño, mergulhado em crise financeira, era fácil demais, capaz de levar o clube à melhor campanha da Libertadores na fase de grupos.
Mesmo a Supercopa do Brasil foi conquistada a duras penas contra o perdido Flamengo de Vítor Pereira.
As queixas do treinador foram feitas a Leila, que, bilionária, se preocupa com aquilo de que ela entende: oferecer infraestrutura à equipe. Como comprar um avião, por exemplo, e deixá-lo à disposição do clube, para não enfrentar voos comerciais. E o elenco poder descansar, não perder tempo em aeroportos.
Diante da proibição dos jogadores e de Abel de comentar a eliminação para o São Paulo, coube ao executivo Anderson Barros dar a sua versão do fracasso palmeirense.
E confirmou a insistência de Abel Ferreira na busca de reforços.
“Sim. O Abel é extremamente exigente e competitivo. Ele nos cobra o tempo inteiro, mas ele tem consciência do que fazemos no dia a dia.
“Poderia dizer aqui que buscamos, sim, algumas alternativas, mas não vamos buscar de qualquer maneira só para dar satisfação. Se encontrarmos as opções ideais, vamos fazer.
“Não é à toa que o Palmeiras está brigando por todas as competições.”
Anderson Barros assumiu a incompetência da direção em buscar reforços.
“Vendemos muitos atletas e só trouxemos dois novos atletas [Richard Ríos e Artur]. Hoje, buscamos um número 5, mas temos encontrado dificuldade.
“Eu, particularmente, respeito o processo que temos dentro do clube. O clube nos cobra uma responsabilidade, mas nos dá uma condição para tal. Precisamos ter uma responsabilidade com aquilo que achamos melhor para o Palmeiras.”
As torcidas organizadas prometem continuar protestando.
Contra a diretoria.
E, principalmente, contra a presidente Leila Pereira.
Enquanto não vierem grandes reforços para o time.
Não apenas um “número 5”, como diz Anderson de Barros.
E não “só” um avião, como disse Leila Pereira…
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