Uma das mais graves secas nos últimos anos na Amazônia comprovou a necessidade de recuperação da BR-319. A rodovia, que liga os estados de Rondônia e do Amazonas, foi lembrada pelo senador Jaime Bagattoli (PL) durante a última audiência da CPI das ONGs que recebeu o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.
Na ocasião, o parlamentar lembrou que a rodovia já existe há mais de 50 anos e questionou sobre as licenças e pendências levantadas pelos órgãos ambientais que travam a recuperação da BR.
“A BR-319 é a única ligação por terra entre Rondônia e Amazonas e isso por si só já deveria fazer dela uma das prioridades nacionais quando falamos de infraestrutura, mas não é o que acontece. O que me parece é que o Governo Federal e os órgãos de controle não têm priorizado o desenvolvimento e bem-estar da população da região Norte. Esse governo só quer saber de punir quem produz, a exemplo dos embargos em Rondônia. Me parece que a intenção é levar todo mundo que trabalha e produz no campo a depender do estado e ir ao Bolsa Família”, defendeu.
No último fim de semana, um trecho da BR-319, no Amazonas, foi bloqueado por dezenas de manifestantes que cobram melhorias nas condições da rodovia. Desde que os rios da região começaram a registar mínimas históricas, tanto o Estado de Rondônia quanto do Amazonas temem um desabastecimento de produtos básicos, uma vez que os rios ainda continuam a ser a principal alternativa de transporte, dada a precariedade da BR-319.
“É pelo rio Madeira que Rondônia, por exemplo, recebe boa parte do combustível e do gás de cozinha vindos do Amazonas. Por outro lado, alimentos e outros produtos correm o risco de não chegar aos portos de Manaus. Um risco que, ao tudo indica, vamos ter de enfrentar todos os anos, durante o período de seca”, lembrou o senador.
Apesar da sua imensa importância, a recuperação da BR-319 não foi contemplada no último pacote do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que destinou mais de R$ 370 bilhões em investimentos em obras públicas em todo o país.