Uma criança de 10 anos que estava em completo abandono e acorrentada em sua própria casa foi resgatada pela PM nesta segunda-feira, 20, em uma casa no bairro São Sebastião, zona norte de Porto Velho.
A intervenção da polícia ocorreu após um funcionário da Energisa identificado testemunhar a situação e acionar as autoridades. Pai e a madrasta da vítima foram presos.
O funcionário da Energisa informou à Polícia que estava realizando o corte de energia em uma residência próxima quando uma criança saiu da casa e pediu ajuda, relatando que seu colega estava preso acorrentado e passava fome.
O trabalhador relatou ao supervisor, que entrou na propriedade e encontrou a vítima acorrentada a uma janela, debilitado, magro e com lesões na perna esquerda, indicando queimaduras.
Rapidamente, uma equipe da Polícia Militar foi acionada. Chegando no imóvel, os policiais conseguiram entrar e soltaram a criança.
Como o menino estava bastante debilitado, com fome, com marcas de agressão e queimadura pelo corpo, os policiais imediatamente o socorreram até a Policlínica Ana Adelaide.
A PM conseguiu contato com um irmão mais velho, e ele detalho que acorrentou a criança a mando do pai.
Assim que foram abordados por policiais, ela em uma empresa de doces e ele uma usina, deram versões de autodefesa; a mulher afirmou saber que a criança era acorrentada, mas que por não ser filho dela, não tinha responsabilidade sobre a criança. O pai, culpou o irmão da vítima, que cuidava do acorrentamento, mas sob ordens do genitor.
As diligências continuaram, e os policiais seguiram até o trabalho de Sérgio. Ao ser informado da situação em que o filho dele se encontrava, o homem disse apenas que saiu de casa para trabalhar logo no início da manhã, deixando seu filho mais velho responsável pela vítima.
Durante a confecção da a ocorrência, o irmão mais velho da criança, relatou que as condições em que o menino foi encontrado, foi mediante ordem do seu pai e ciência da madrasta, que moravam na mesma casa. Aos policiais, a vítima disse estar acorrentado há três dias.
Detidos, pai e madrasta foram levados para o Departamento de Flagrantes, onde ficaram à disposição da justiça.
Na delegacia, o casal chegou a dizer que não sabia que a criança estava acorrentada.