Prefeito Flori Cordeiro / Foto: Extra de Rondônia

O prefeito de Vilhena, Flori Cordeiro Júnior (Podemos) visitou a redação do Extra de Rondônia na manhã desta quarta-feira, 14, momento em que fez um balanço do seu primeiro ano de mandato à frente do Município, revelou conquistas e dificuldades nesse período e apresentou projetos para 2024.

Entre os assuntos considerados “espinhosos”, Flori comentou a respeito dos resultados da terceirização da Saúde Pública e o projeto de Reforma da Previdência que está em análise na Câmara de Vilhena.

Sobre esse último tema, o prefeito “abriu o jogo”, citou nomes e chamou cinco vereadores de populistas.

Flori também falou sobre as eleições municipais de outubro deste ano. Embora pessoas próximas garantam a candidatura a reeleição, Flori respondeu de forma diferente.

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:

EXTRA DE RONDÔNIA: Prefeito, qual sua avaliação de 2023 e o que se espera em 2024?

FLORI CORDEIRO: Em 2023 fizemos um esforço muito grande na Saúde, e está dando resultado. É a iniciativa privada ajudando a tocar o Poder Público no setor de Saúde Pública. Hoje estamos com 500 atendimentos por dia na UPA, o Hospital Regional desafogando, fazendo as cirurgias eletivas, emergências, muitos atendimentos na maternidade, o Instituto do Rim funcionando. Então, a cidade passa a ter outro patamar na Saúde.

Para 2024, gostaria muito de caprichar na Educação, só que nós estamos sem recursos. O município está muito “apurado” e gasta tudo o que arrecada. Estamos preparando um programa para investir muito na Educação ainda neste ano. Mas, os recursos que iremos obter serão através da Reforma da Previdência Municipal.

 

EXTRA: Em que consiste esse projeto de Reforma da Previdência Municipal?

FLORI: Não sei se os vilhenenses sabem, mas os servidores públicos não se aposentam pelo INSS. Eles criaram um pequeno “banco” em Vilhena e a prefeitura paga, mensalmente, para este “banco”. Anualmente fica mais ou menos uns R$ 40 milhões. Para ter uma ideia do que é esse dinheiro, o novo e moderno Hospital da UNIMED custou R$ 45 milhões. Então, é um dinheiro que a prefeitura gasta, e não tem mais condições de continuar gastando. O servidor público tem que entender que o sistema vai quebrar e ele não vai se aposentar, a não ser que a gente faça uma reforma para diminuir um pouco. Estamos calculando que o projeto, se aprovado, vai diminuir até R$ 7 milhões, anualmente, e esse dinheiro será para fazer o maior programa de construção, reforma e ampliação de escolas e creches que a cidade já viu. Só que depende, infelizmente, de passar essa reforma na Câmara. É muito difícil por que há vereadores populistas que não querem, mesmo que, para isso, tenham que sangram a cidade inteira. Na verdade, eles (os vereadores) querem é garantir seus votos, são reeleitos na próxima eleição, retornam à Câmara e a cidade que se ferre. Estamos lutando, em que pese tem oito vereadores que já se convenceram que isso é necessário para a cidade. Dando tudo certo, vamos colocar esse programa que vamos bater, até o final do meu mandato que é de apenas dois anos, colocando de pé a Educação e a Saúde.

 

EXTRA: O senhor já conversou com a diretoria do IPMV?

FLORI: Foram eles, do IPMV, que propuseram a reforma e mandaram para o prefeito. Não fui eu que inventei. Eles falaram: “ou faz isso ou quebra”. E eu estou concordando com eles. Acontece que existem cinco vereadores populistas que são Samir, Ronildo, Clérida, Nica e Vivian que ficam falando tudo o contrário, dizendo que a cidade vai quebrar. Infelizmente, estou enfrentando esse problema. Ou faz isso ou a cidade inteira perde. Assim, estamos preparados para fazer esse grande programa educacional em Vilhena.

Prefeito Flori e senador Jaime Bagattoli foram recepcionados pelo jornalista Orlando Caro, diretor do site / Foto: Extra de Rondônia

EXTRA: Parece que há notícias boas para alguns servidores?

FLORI: Sim. Além disso, estamos vendo a possibilidade, para os próximos dias, de dar um aumento, que em alguns casos vai até quase dobrar o salário da rede de apoio da Educação, tais como secretários, merendeiras. Ao contrário de outros mandatos, podem contar com o prefeito Flori que não esqueci de vocês. Estamos pensando também nesse pessoal que “carrega o piano”.

 

EXTRA: Falemos sobre pavimentação asfáltica. Há projetos nesse sentido?

FLORI: Vilhena tem dois problemas históricos: o Hospital Regional, que leva R$ 150 milhões por ano, e o IPMV que leva mais R$ 48 milhões. São R$ 200 milhões por ano. Sendo assim, a gente tem que ficar aguentando essa questão da falta de pavimentação. São 210 km de ruas não pavimentadas dentro da zona urbana. São 40 bairros não pavimentados. O que a prefeitura pode fazer? O que fizemos o ano passado. Foram 40 km de asfalto em três bairros (Parecis, Bela Vista e Barão 1), e outros como Jardim Universitário, Cidade Nova. Então, estamos fazendo bairro por bairro. Mas, saibam: há um déficit enorme em Vilhena, de décadas, que será feito passo a passo. O senador Jaime Bagatolli já mandou R$ 5 milhões e vamos asfaltar o setor 22 quase que inteiro. O senador também sinalizou que vai mandar R$ 3 milhões para fazer aquela principal avenida que paga Embratel e Assossete.

 

EXTRA: E o programa do governo “Tchau, Poeira”?

FLORI: Estamos aguardando o Governo do Estado. Houve um recapeamento, mas estamos atrasados com asfalto em relação a municípios como Porto Velho, Ariquemes e Ji-paraná. Estamos tendo, exatamente, zero de asfalto novo do programa “Tchau, Poeira”, desde que foi implementado.

 

EXTRA: 2024 é ano eleitoral municipal para prefeito e vereadores. O senhor vai tentar a reeleição?

FLORI: O futuro a Deus pertence. Vamos trabalhar e fazer um serviço bem feito. E, se a população reconhecer de que o Flori continue, posso pensar. Caso contrário, vamos ver.

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