Depois de cortes, o orçamento da Polícia Federal para este ano está R$ 203 milhões menor do que em 2023.
A redução afeta despesas como pagamento de diárias, contratos de terceirizados, manutenção predial e manutenção de viaturas, apurou a RECORD.
Segundo fontes na corporação, uma das mais atingidas é a Operação Argos, que coíbe o crime organizado em portos e atua na GLO (Garantia da Lei e da Ordem) em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
A partir de maio, outras operações e investigações devem ser prejudicadas, já que os recursos que ainda restavam para pagamento de diárias devem acabar. Estão na lista a Lesa Pátria, que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, e a Libertação, que atua na remoção de pessoas não autorizadas de terras indígenas e no combate ao garimpo ilegal.
Os serviços migratórios e a emissão de passaportes também devem ser comprometidos a partir do próximo mês. O pior cenário é esperado para agosto. ”Se orçamento não for recomposto, teremos severas restrições”, afirmou uma fonte na PF à reportagem.
Segundo delegados da corporação, seria necessária uma recomposição de ao menos R$ 527 milhões para o funcionamento normal dos trabalhos este ano. Em ofício enviado no final de março ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a Polícia Federal avisou que precisaria cortar serviços essenciais caso não houvesse recomposição orçamentária.
Servidores da pasta afirmam que desde março há negociações com o ministério do Planejamento e Orçamento para evitar que verbas essenciais não sejam contingenciadas.